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Aquecimento pode reduzir PIB de países em até 1/5, diz estudo

14 set 2009 - 12h49
(atualizado às 13h06)
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Catástrofes associadas à mudança climática podem reduzir em até um quinto o PIB dos países riscos até 2030, caso medidas urgentes não sejam tomadas, disse um estudo divulgado na segunda-feira pelo Grupo de Trabalho para a Economia da Adaptação Climática.

"Medidas facilmente identificáveis e com boa relação custo-benefício - como a melhoria da drenagem, barreiras marítimas e melhoria nos regulamentos para construções, entre muitas outras - poderiam reduzir os potenciais prejuízos econômicos resultantes da mudança climática para todas as regiões", disse nota que acompanha o estudo de 147 páginas.

O relatório, intitulado "Montando um desenvolvimento resistente ao clima", está sendo divulgado a três meses da importante reunião ministerial de Copenhague, em dezembro, da qual deve resultar um novo tratado global para o combate à mudança climática. O estudo examinou oito regiões do mundo, ricas e pobres, tidas como mais propensas a secas, furacões, inundações e elevação do nível dos mares, como resultado da mudança climática global.

No pior cenário, segundo o estudo, inundações na Guiana poderiam reduzir o PIB desse país em 19% até 2030. Na Flórida, a economia local poderia encolher em 10% devido a desastres climáticos no mesmo período. O grupo de trabalho é formado pela ONU, pela seguradora Swiss Re, pela consultoria McKinsey, pela Comissão Europeia, pela Fundação Rockefeller, pelo Standard Chartered Bank e pela rede ambiental ClimateWorks.

Em um prefácio ao estudo, Nicholas Stern, economista e ex-consultor do governo britânico, disse que pouco se fez até agora para conter o aquecimento global e limitar as emissões de dióxido de carbono. "Os países precisarão se planejar para a adaptação com muito mais rigor, foco e urgência do que até agora", escreveu. "Devemos às pessoas mais vulneráveis do planeta uma combinação do melhor apoio possível para fortalecer a capacidade adaptativa."

Uma das maiores discussões nos preparativos para a cúpula de Copenhague é quanto dinheiro os países ricos devem destinar aos pobres para o combate ao problema. O relatório diz que o aquecimento deve aumentar os danos provocados por furacões na Flórida, custando ao Estado US$ 33 bilhões adicionais por ano até 2030.

No Estado indiano de Maharashtra, secas extremas, que historicamente ocorrem a cada 25 anos, podem surgir a cada oito anos, também resultando em prejuízos bilionários. No mês passado, um relatório acadêmico disse que a adaptação aos piores efeitos climáticos do mundo provavelmente custaria muito mais do que a ONU estimava até agora.

O secretariado de mudança climática da ONU avalia os custos, incluindo medidas como o desenvolvimento de cultivos resistentes a secas e o combate a epidemias, em 40 a US$ 170 bilhões por ano até 2030 - uma estimativa muito ampla, que reflete por si só a incerteza em torno do fenômeno.

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