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Andar de bicicleta ajuda a detectar Mal de Parkinson, diz pesquisa

7 jan 2011 - 09h29
(atualizado às 11h22)
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Pesquisa realizada por médicos do Centro de Parkinson de Nijmegen, na Holanda, indica que neurologistas que examinarem um paciente com sintomas iniciais de Mal de Parkinson deveriam fazê-lo andar de bicicleta antes de concluir seu diagnóstico. O estudo foi publicado na revista

Bethany (esq.) e Megan Shepherd se encontram com a irmã "trigêmea" Ryleigh, que nasceu 11 anos após elas
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Foto: Barcroft Media / Getty Images
The Lancet

desta sexta.

Distinguir entre pacientes com Parkinson e portadores de uma doença conhecida como Parkinsonismo Atípico é muito importante, porque as duas condições possuem diferentes causas e tratamentos.

As duas partilham de sintomas parecidos, incluindo o tremor dos membros, os movimentos lentos e a rigidez muscular. No entanto, às vezes até mesmo a avançada tecnologia médica é incapaz de distinguir uma doença da outra.

Mas, segundo os pesquisadores, fazer o paciente andar de bicicleta pode proporcionar um diagnótico mais eficiente - e barato. De acordo com os médicos, um portador de Parkinson comum geralmente tem uma incrível habilidade de andar de bicicleta, pois apresenta poucos problemas no equilíbrio e nos movimentos rítmicos exigidos pelo pedalar.

Esta tarefa, no entanto, exige mais esforço em pessoas portadoras do Parkinsonismo Atípico, termo que envolve uma série de síndromes como paralisia muscular supranuclear progressiva, atrofia sistêmica múltipla e degeneração córtico-basal.

O Mal de Parkinson tem origem na morte celular numa parte fundamental do cérebro chamada substância nigra, que é uma porção heterogênea do mesencéfalo responsável pela produção de um neurotransmissor, a dopamina.

O tratamento padrão neste caso é uma droga chamada levodopa, que o cérebro converte em dopamina. Mas o tratamento não é efetivo ou não funciona quando se trata de Parkinsonimo Atípico.

Os médicos holandeses testaram sua teoria em 111 pacientes com sintomas parkinsonianos e que eram capazes de andar de bicicleta no início da pesquisa. Ao fim do estudo, 45 dos pacientes foram confirmados com Mal de Parkinson e 64 com Parkinsonismo Atípico.

Durante os 30 meses que foram pesquisados, apenas dois dos 45 pacientes com Parkinson pararam de andar de bicicleta, mas do grupo de 64 pacientes diagnosticados com o Parkinsonismo Atípico apresentaram incapacidade de continuar pedalando.

"Sugerimos que a perda de capacidade de pedalar depois do estabelecimento da doença pode servir como um novo sinal de alerta, indicando a presença de Parkinsonismo Atípico", afirmam os pesquisadores em sua carta.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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