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Água com 1,5 bilhão de anos descoberta no Canadá pode ter vida

15 mai 2013 - 14h01
(atualizado às 15h34)
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Água e gás que vertem da rocha são coletados por cientistas
Água e gás que vertem da rocha são coletados por cientistas
Foto: J. Moran (2009) / Divulgação

Cientistas do Canadá e do Reino Unido encontraram em uma mina a 2,4 quilômetros de profundidade em Ontário bolsões de água que estavam isolados havia pelo menos 1,5 bilhão de anos. Segundo os pesquisadores, o local pode abrigar vida e tem rochas similares àquelas descobertas em Marte, o que pode nos ajudar a entender como seriam as formas de vida caso elas tenham existido - ou ainda existam - no planeta vermelho.

O estudo, divulgado nesta quarta-feira na revista especializada Nature, descobriu que essa água é abundante em substâncias químicas necessárias à vida e pode ser uma das mais antigas do nosso planeta. Além disso, a descoberta pode levar a entendermos melhor como micro-organismos isolados evoluem.

Os cientistas afirmam que a água é rica em gases dissolvidos, como hidrogênio, metano e gases nobres - como hélio, neônio, argônio e xenônio. A grande quantidade de hidrogênio é similar à encontrada em chaminés hidrotermais - regiões profundas do oceano com grande quantidade de vida, principalmente microscópica, que tira sua energia do calor das profundezas da Terra. Segundo os cientistas, mesmo sem receber a energia do Sol, os seres vivos da mina canadense conseguiriam energia dos gases.

As rochas do local têm cerca de 2,7 bilhões de anos, mas ninguém imaginava que a água também era tão velha. Agora, os pesquisadores usaram novas técnicas para mostrar que o líquido tem pelo menos 1,5 bilhão de anos, mas pode ser muito mais velho.

"Encontramos um sistema fluido interconectado na profundeza do embasamento cristalino canadense que tem bilhões de anos e é capaz de suportar vida. Nossas descobertas são de grande interesse para pesquisadores que tentam entender como micróbios evoluem em isolamento, e é central para a questão da origem da vida, a manutenção da vida, e a vida em ambientes extremos e outros planetas", diz Chris Ballentine, professor da Universidade de Manchester (Reino Unido).

Água com pelo menos 1,5 bilhão de anos verte de mina no Canadá
Água com pelo menos 1,5 bilhão de anos verte de mina no Canadá
Foto: J Telling / Divulgação

Antes da descoberta na mina, a única água tão antiga conhecida estava presa em pequenas bolhas em rochas e era incapaz de manter vida. O líquido encontrado nas profundezas canadenses verte da pedra a uma taxa de dois litros por minutos, parecido com outra mina da África do Sul, a 2,8 quilômetros de profundidade, e na qual se descobriu vida. Contudo, nesta, a água é bem mais nova. 

"Nossos colegas canadenses estão tentando descobrir agora se a água contém vida. O que nós temos certeza é que identificamos uma maneira pela qual planetas podem criar e preservar um ambiente amigável à vida microbiana por bilhões de anos. E isso é independente de quão inóspita a superfície possa ser, abrindo a possibilidade de ambientes similares no subsolo de Marte", diz Greg Holland, da Universidade de Lancaster, também do Reino Unido.

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Fonte: Terra
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