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Grãos de 12 mil anos podem mudar história do surgimento da agricultura

4 jul 2013 - 16h32
(atualizado às 17h09)
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<p>Fóssil de grão de cevada foi encontrado em escavação</p>
Fóssil de grão de cevada foi encontrado em escavação
Foto: Divulgação

Um estudo divulgado nesta quinta-feira na revista especializada Science indica que os primeiros habitantes das montanhas Zagros, no Irã, começaram a cultivar grãos entre 12 mil e 9,8 mil anos atrás, o que os coloca entre os primeiros agricultores do planeta. A descoberta vai contra a teoria de que a agricultura se desenvolveu na região mais ocidental do Crescente Fértil - faixa que compreende, atualmente, do Egito ao Irã - e depois se espalhou para as demais áreas, e sustenta outra, de que ela teve múltiplas origens.

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"Durante algum tempo, o aparecimento da agricultura no Irã foi considerada parte de uma transferência cultural do oeste", diz Simone Riehl, da Universidade de Tübingen (Alemanha). "Essa opinião era, contudo, mais baseada na falta de informação de sítios no Irã", diz a cientista, ao se referir a limitações que eram impostas pelas autoridades iranianas para escavações na região. 

Arqueólogo trabalha em escavação no Irã
Arqueólogo trabalha em escavação no Irã
Foto: Divulgação

Os sítios arqueológicos mais antigos com indícios de agricultura conhecidos até hoje ficam na Palestina, Síria e Turquia, todos também no Crescente Fértil. Estes têm cerca de 10,5 mil anos, ou seja, o descoberto no Irã pode ser ainda mais antigo.

Com a liberação das pesquisas, arqueólogos podem descobrir a pré-história iraniana. Em uma dessas escavações, o time de Simone encontrou vasos com restos de plantas em seu interior. A análise desse material indica que o povo da região cultivava cereais como cevada, trigo e lentilha.

"Durante as últimas décadas, diversas escavações arqueológicas foram conduzidas no Oriente Próximo que levaram pesquisadores a considerar a possibilidade de que múltiplas regiões do Crescente Fértil começaram a cultivar cereais quase ao mesmo tempo, ao invés de uma única área como núcleo", diz Simone.  "Isso não significa, obviamente, a exclusão da possibilidade de algum tipo de transferência de ideias e materiais entre diferentes grupos que povoavam o Crescente Fértil."

Fonte: Terra
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