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Países amazônicos tentam fechar posição conjunta para cúpula

25 nov 2009 - 19h10
(atualizado às 19h38)
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Os países amazônicos e a França tentarão chegar na quinta-feira a uma posição comum para apresentar na cúpula de Copenhague, que buscará avançar em dezembro em torno de um acordo para o combate ao aquecimento global. Os líderes se encontrarão em Manaus, onde diplomatas dos países envolvidos vêm mantendo conversas sobre os temas a serem tratados pelos presidentes durante almoço e reunião de trabalho.

"Tem uma visão muito clara em valorização da questão florestal, defender que as florestas sejam parte do pacote de Copenhague, com fluxo financeiro suficiente e adequado", comentou um diplomata brasileiro. Na avaliação de integrantes do Itamaraty, a iniciativa pode representar um grande exemplo para os demais participantes de Copenhague, pois tem como demonstrar que países em desenvolvimento e um país desenvolvido - a França - podem chegar a um entendimento nas negociações sobre o clima.

Por isso, o cenário ideal considerado pelo governo brasileiro é que os demais países amazônicos anunciem a adesão ao documento de posição comum assinado por Brasil e França. Os dois países defenderam a redução das emissões globais em pelo menos 50 por cento até 2050, com relação a 1990. Por outro lado, um diplomata ouvido pela Reuters disse acreditar que por esse mesmo motivo a presença da França na reunião pode dificultar um consenso que abarque um número maior de temas.

Os países ricos relutam em anunciar metas de redução de emissão de gases de efeito estufa e apoiar financeiramente medidas nos países em desenvolvimento. Já os países emergentes, como o Brasil, recusam-se a aceitar metas. Querem apenas anunciar compromissos voluntários de medidas de combate às mudanças climáticas. Os assuntos em discussão pelas equipes de negociadores são: a situação das florestas, redução de emissões pelos países desenvolvidos e em desenvolvimento, a adaptação às mudanças climáticas e mecanismos de financiamento a iniciativas para reduzir o aquecimento global.

Além da França, que tem interesses na floresta devido à sua presença na Guiana Francesa, devem participar representantes de todos os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) - Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Diplomatas brasileiros disseram não ter certeza da presença do presidente colombiano, Álvaro Uribe.

A ausência evitaria uma saia-justa entre Uribe e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Os dois países enfrentam um momento de tensões diplomáticas desde que o governo colombiano permitiu que os Estados Unidos usem suas bases militares.

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