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Países amazônicos buscarão acordo para salvar conferência de Copenhague

25 nov 2009 - 22h46
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Governantes ou representantes dos países da Amazônia se reunirão nesta quinta-feira em Manaus para debater uma posição conjunta para a Conferência da ONU sobre a Mudança Climática, marcada para entre os dias 7 e 18 de dezembro em Copenhague.

O encontro é uma iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera uma campanha internacional para tentar fazer com que a reunião de Copenhague possibilite a existência de algum compromisso de fato e não só de boas intenções quanto à redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.

Lula propôs a cúpula em outubro passado durante uma reunião em São Paulo com seu colega colombiano, Álvaro Uribe.

Além de Uribe, os outros convidados são os governantes de Bolívia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e França, este último por sua condição de "país amazônico", como disse Lula, por causa da Guiana Francesa, na fronteira com o estado do Amapá.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, confirmou sua participação na reunião em Manaus, dada a aliança forjada com Lula para evitar o fracasso da reunião de Copenhague pela falta de compromisso de alguns países industrializados, especialmente dos Estados Unidos e China, os maiores poluidores do planeta.

Lula visitou Sarkozy em meados deste mês em Paris, onde divulgaram um documento com propostas como a criação de uma organização internacional dedicada ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável.

Na reunião de amanhã, Lula espera que os vizinhos sul-americanos e a França possam chegar a um acordo para apresentar "uma mensagem ambiciosa" sobre os temas de maior relevância na região para que a voz amazônica na cúpula na capital dinamarquesa seja "cooperativa e convergente", disse o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach.

"O combate à mudança climática exige um esforço global de redução das emissões (de gases poluentes) que respeite as responsabilidades e condições distintas dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento, em atenção ao princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas", afirmou Baumbach.

Por iniciativa própria, o Governo brasileiro anunciou no início deste mês que pretende reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020, apesar de o país não estar entre os cinco maiores poluidores do mundo.

Esse objetivo seria alcançado basicamente com a redução do desmatamento da Amazônia e das queimadas nas florestas, que são as maiores fontes de emissões de gases poluentes no Brasil.

O Brasil, com o apoio da França, insiste em que os países desenvolvidos devem adotar metas concretas e ambiciosas para lutar contra a mudança climática, já que são estes países os responsáveis por quase 80% da concentração atual de gás carbônico (CO2) na atmosfera.

Entretanto, apesar do empenho de Lula em sua campanha contra a mudança climática, alguns dos presidentes já avisaram que não comparecerão à reunião em Manaus por diferentes motivos.

O presidente do Equador, Rafael Correa, não virá por estar em visita oficial à Bélgica. Seu representante será o ministro das Relações Exteriores equatoriano, Fander Falconí.

Álvaro Uribe chegou a confirmar sua presença, mas a cancelou hoje aparentemente por um pequeno problema de saúde, acabando com a possibilidade de um encontro com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, com a mediação de Lula, para tratar das tensões existentes entre Caracas e Bogotá.

Chávez anunciou que viria a Manaus para o debate sobre a mudança climática, mas até agora sua presença não foi confirmada.

Outro presidente que não vem é o peruano Alan García, que será representado por seu ministro do Meio Ambiente, Antonio Brack Egg, segundo nota oficial divulgada hoje.

A Presidência da Bolívia informou que o presidente do país, Evo Morales, também não estará amanhã em Manaus, mas não disse quem vai liderar a delegação boliviana.

De qualquer forma, Lula receberá seus convidados para um almoço e, depois, se reunirá com eles. Em seguida, todos concederão uma entrevista coletiva para explicar as conclusões da reunião.

EFE   
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