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OMM diz que 2013 ficará entre os 10 anos mais quentes da história

13 nov 2013 - 13h32
(atualizado às 14h11)
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O ano 2013 está a caminho de se transformar em um dos dez mais quentes desde o início deste tipo de registro em 1850, anunciou nesta quarta-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM) através de um estudo.

Segundo o documento, elaborado anualmente pelo órgão ligado à ONU e apresentado hoje em Genebra, os nove primeiros meses do ano representaram o sétimo período mais quente já registrado, junto com o de 2003, que contou com temperaturas na superfície terrestre de 0,48 graus centígrados acima da média do período 1961-1990.

O período entre janeiro e setembro de 2013 foi mais quente que o mesmo espaço de tempo de 2011 e 2012, anos nos quais o fenômeno La Niña, na linha contrária ao El Niño, provocou um esfriamento global das temperaturas. No entanto, neste ano, nenhum dos dois fenômenos chegaram a influenciar a temperatura e nem deverão, segundo as previsões trabalhadas.

De acordo com o OMM, estes dois fenômenos meteorológicos condicionam fortemente o clima, sendo que em 1998 e 2010, os dois anos mais quentes da história, foram registrados episódios do El Niño.

"Até o momento, as temperaturas deste ano são mais ou menos as mesmas que a média registrada entre 2001-2010, a década mais cálida jamais registrada", assinalou o secretário-geral da OMM, Michel Jarrud.

Segundo Jarrud, as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera alcançaram máximas em 2012 e voltarão a ultrapassar os limites em 2013, o que significa que "estamos a caminho de um futuro mais caloroso", embora o secretário-geral tenha insistido que o aumento das temperaturas "é apenas uma parte da mudança climática", também comprovada em fenômenos como secas, cheias e extremas precipitações.

Neste sentido, Jarrud se referiu ao tufão "Haiyan" das Filipinas, o mais potente registrado, como um fenômeno que "não pode ser atribuído diretamente à mudança climática".

No entanto, o secretário-geral da OMM relaciona a mudança climática com a alta do nível do mar, especialmente notável nessa região do Pacífico - com altas de mais de 6 milímetros anuais - e a uma circunstância que agravou os efeitos da passagem do tufão.

O nível do mar na escala mundial subiu uma média anual de 3,2 milímetros desde 2010, número superior à média de 3 milímetros anuais na década 2000-2010 e que duplica a média de 1,6 milímetros por ano do conjunto do século XX.

"O nível do mar seguirá aumentado pela fusão do gelo e as geleiras, já que mais de 90% do calor gerado por gases do efeito estufa é absorvido pelos oceanos que, em consequência, seguirão se aquecendo", precisou Jarrud.

O ano de 2013, segundo a OMM, registrou um aumento de temperatura acima da média em quase todas as regiões do mundo, mas, sobretudo, na Austrália, no norte da América do Norte, no noroeste da América do Sul, no norte da África e em grande parte da Eurásia.

A Austrália viveu o mês de janeiro mais caloroso já registrado, que deu lugar ao verão (dezembro a fevereiro) mais caloroso do que se têm dados.

No entanto, temperaturas inferiores à média foram registradas em uma área concentrada da América do Norte, no centro da América do Sul e nas águas do oceano Pacífico oriental no litoral do Equador, além de uma pequena região do norte da Rússia e partes do nordeste da Ásia.

"No inicio de 2013, a oscilação do Ártico condicionou o clima no hemisfério norte, que produziu temperaturas primaveris inferiores à média em grande parte da Europa; sudeste dos Estados Unidos, noroeste da Rússia e partes do Japão", assegurou Jarrud.

Em relação às precipitações, o relatório assinala que foram inferiores à média nos dez primeiros meses do ano, embora, em setembro, tenham sido registradas chuvas sem precedentes no Colorado (EUA).

Na América do Sul, as precipitações foram inferiores à média e muito abaixo no caso do nordeste brasileiro, onde algumas regiões enfrentaram a pior seca dos últimos 50 anos no início de 2013.

EFE   
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