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Crosta lunar foi pulverizada por meteoritos, segundo a Nasa

5 dez 2012 - 21h49
(atualizado às 23h15)
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A crosta lunar foi quase totalmente pulverizada no passado por bombardeios de asteroides e cometas, revelaram medições das sondas americanas da missão GRAIL, que surpreenderam cientistas cujos trabalhos foram publicados esta quarta-feira. "Sabia-se que os planetas rochosos do Sistema Solar tinham sofrido muitos impactos há vários bilhões de anos, mas ninguém pensava que a superfície lunar tivesse sido tão maciçamente bombardeada", destacou Maria Zuber, professora de Geofísica no Massachusetts Institute of Technonoly (MIT), encarregada científica da missão GRAIL (Gravity Recovery And Interior Laboratory).

Os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) realizaram uma caminhada espacial que não estava prevista no programa de sua missão para reparar um vazamento de amoníaco em um radiador. Na imagem, Kevin Ford prepara a estação para os procedimentos
Os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) realizaram uma caminhada espacial que não estava prevista no programa de sua missão para reparar um vazamento de amoníaco em um radiador. Na imagem, Kevin Ford prepara a estação para os procedimentos
Foto: Nasa / Reprodução

Noventa e oito por cento da crosta lunar está fragmentada, disse. "Trata-se de uma surpresa tão grande que levará muitos planetólogos a repensar a história da evolução dos planetas". As duas sondas gêmeas, em órbita polar desde janeiro passado, fizeram medições muito precisas do campo gravitacional lunar que revelaram a divisão das massas, assim como a espessura e a composição dos diferentes estratos da Lua, até seu núcleo.

Deixaram claro, por exemplo, que a crosta lunar é muito mais fina do que pensavam os cientistas, ao apresentar uma espessura de 34 km a 43 km, de 6 km a 12 km a menos do que o se tinha calculado até agora. A composição da Lua aparece, então, como "similar à da Terra, o que alimenta a teoria de que está formada por materiais terrestres espalhados após um enorme impacto no começo da história do Sistema Solar", explicou Mark Wieczorek, do Instituto de Física do Globo de Paris, autor de um dos três estudos sobre os resultados da missão GRAIL.

Estas pesquisas foram apresentadas na conferência anual da American Geophysical Union, em San Francisco, e publicadas na versão online da revista americana Science. Em relação à sua superfície, o interior da Lua parece extremamente regular. Os cientistas descobriram que a maior parte das variações constatadas no campo gravitacional era produto de formações geológicas produzidas na superfície, como montanhas ou crateras.

A crosta externa da lua carece de estruturas rochosas densas e é constituída, provavelmente, por materiais porosos ou pulverizados. O mapa do interior da Lua revela, por sua vez, a existência de mapas mais densos, formados por magma vulcânico, que terminou se solidificando e formando densas paredes rochosas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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