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Egito revive mito de Tutancâmon 90 anos depois de sua descoberta

22 nov 2012 - 18h57
(atualizado às 21h06)
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Após 90 anos do descobrimento que revelou grandes segredos do Antigo Egito, o faraó Tuntankamón e o arqueólogo Howard Carter voltaram a ter seus momentos de glória nesta quinta-feira na cidade egípcia de Luxor.

Com um passeio pelos lugares da antiga Tebas, onde esse mito foi revelado, o Egito lembrou a descoberta que marcou o antes e depois na arqueologia. "A importância foi tanta que continua sendo, mesmo nos dias de hoje, a maior descoberta arqueológico de toda a humanidade", afirmou à agência Efe a egiptóloga Teresa Bedman, que trabalha na escavação de um túmulo faraônico em Luxor.

Ao encontrar no interior da câmara funerária os objetos intactos do "faraó menino", como é reconhecido por seu falecimento precoce, o achado se transformou em um acontecimento histórico que uniu para sempre o destino de Carter e Tutancâmon.

Para Bedman, do Instituto de Estudos do Antigo Egito, Carter conhecia as necrópoles do Vale dos Reis como se tivesse trabalhado nela há muitos séculos e só lhe faltava esmiuçar uma única zona, na qual, quase a ponto de desistir, encontrou o tumba de Tutancâmon no dia 4 de novembro de 1922.

É necessário descer um empinado corredor até chegar nessa câmara funerária, onde na atualidade um grupo de especialistas se esforça para conservar a tumba, danificada pela excessiva circulação de visitantes.

Os tesouros que deslumbraram Carter já não se encontram neste lugar, mas no Museu Egípcio do Cairo. No entanto, a emoção de estar vivendo um momento único ainda marca seu interior. Como em uma viagem no tempo, um grupo de diplomatas, egiptólogos e jornalistas seguiu hoje os passos do arqueólogo sob o sol e as altas temperaturas de Luxor.

Entre os participantes do percurso estava o bisneto do Lorde Carnarvon, um aristocrata britânico cuja paixão pelo Antigo Egito lhe levou a ser o mecenas de Carter. Georges Carnarvon, que não podia ocultar sua emoção por estar em Luxor, destacou na entrada do tumba de Tutancâmon que seu bisavô nunca abandonou seu sonho, inclusive em situações difíceis, e persistiu junto a Carter até o final.

"Carter e meu bisavô eram dois homens muito originais e com personalidades totalmente diferentes, mas trabalhavam muito bem juntos e deixaram um formoso legado ao povo egípcio", afirmou Carnarvon aos jornalistas.

Sem poder evitar a chamada "maldição de Tutancâmon", Carnarvon reconheceu que seu avô era supersticioso e que lhes contou um pouco sobre os descendentes de seu famoso pai, que morreu de forma repentina no Cairo.

Alheios à suposta maldição, o Egito optou nesta jornada por reviver este acontecimento mundial para tratar de reanimar seu turismo, em baixa desde a queda de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011.

EFE   
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