Telescópio da Nasa registra interior de aglomerado de estrelas
5 nov2012 - 14h40
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O telescópio espacial Hubble da Nasa registrou uma vista impressionante do centro do aglomerado NGC 6362, localizado há 25 milhões de anos-luz da Terra. A imagem, criada da combinação de imagens ultravioleta, visual e infravermelhas, mostra o interior do grupo, que contém uma grande concentração de estrelas de cores variadas.
Os aglomerados globulares são compostos de estrelas antigas, que com cerca de 10 bilhões de anos são mais velhas que o Sol. Esses grupos de estrelas são comuns entre mais de 150 conhecidas em nossa galáxia, a Via Láctea. Eles estão entre as mais velhas estruturas do Universo que são acessíveis a investigações observacionais diretas, fazendo deles "fósseis sobreviventes dos primeiros anos do cosmos."
Astrônomos deduzem propriedades importantes de aglomerados globulares olhando para a luz de suas estrelas integrantes. Por muitos anos, elas foram consideradas como laboratórios ideais para testar a teoria padrão de evolução estelar. Além disso, a teoria sugere que grande parte das estrelas em um aglomerado deva ter idades parecidas.
Recentemente, medidas precisas feitas em diversos grupos de estrelas, primeiramente com o telescópio Hubble, levaram alguns pesquisadores a questionar tal teoria. Principalmente, segundo a Nasa, certas estrelas que aparentavam ser mais jovens e mais azuis do que as companheiras presentes na NGC 6362.
Uma equipe internacional de astrônomos criou um catálogo de mais de 84 milhões de estrelas situadas nas partes centrais da Via Láctea. Esta base de dados contém dez vezes mais estrelas que estudos anteriores. A imagem acima foi obtida com o telescópio de rastreio Vista, instalado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile, e tem 108,2 mil por 81,5 mil pixels, num total de quase 9 bilhões de pixels. Ela foi criada ao combinar milhares de imagens individuais do telescópio
Foto: ESO/VVV Consortium / Divulgação
A maioria das galáxias espirais, incluindo a Via Láctea, possui uma grande concentração de estrelas velhas que rodeiam o centro, zona a que os astrônomos chamam de bojo
Foto: ESO/Nick Risinger / Divulgação
Esta imagem compara o mosaico infravermelho obtido pelo Vista com um mosaico visível da mesma região obtido com um telescópio pequeno. Como o Vista tem uma câmera sensível à radiação infravermelha, consegue ver através da maior parte da poeira que obscurece a visão, fornecendo uma vista desimpedida das estrelas que se situam nas regiões centrais da Via Láctea
Foto: ESO/Nick Risinger / Divulgação
Esta visão em infravermelho mostra diversas nebulosas e aglomerados. Na imagem, podem ser vistas a Messier 8 (conhecida como a Nebulosa da Lagoa), a Messier 20 (a Nebulosa Trífida), NGC 6357 (Nebulosa Guerra e Paz) e NGC 6334 (Pata de Gato). Os demais objetos marcados são aglomerados globulares