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Solo de Marte é semelhante ao do Havaí, diz Nasa

Missão de R$ 8 bilhões da Nasa está analisando o terreno do Planeta Vermelho.

31 out 2012 - 11h15
(atualizado às 13h37)
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Uma sonda enviada pela agência espacial americana Nasa a Marte descobriu que o solo do planeta é semelhante ao do Havaí. Um instrumento chamado CheMin, colocado na sonda Curiosity, analisou com raio-X partículas do terreno marciano. O objetivo é descobrir pistas sobre a história geológica recente do planeta.

Como os cientistas já desconfiavam, a maior parte do solo é composta por materiais basálticos de origem vulcânica, exatamente como o terreno das ilhas do Havaí, nos Estados Unidos. As amostras tiradas em Marte contêm tanto poeira que estava a milhares de quilômetros do local da sonda, mas foi trazida por tempestades, quanto areia originária da região.

"Até agora, os materiais que a Curiosity analisou são consistentes com nossas ideias iniciais que tínhamos sobre a cratera Gale, mostrando uma transição no tempo de um ambiente úmido para um seco", diz David Bish, um dos pesquisadores do projeto CheMin.

Missão bilionária

A sonda Curiosity chegou no dia 6 de agosto à cratera Gale, um vale enorme na região equatorial de Marte. A missão tem orçamento equivalente a R$ 8 bilhões. Desde a chegada, a sonda já percorreu 480 metros em sentido leste, rumo a um local conhecido como Glenelg. Imagens de satélite revelam que este ponto é uma interseção de três terrenos geológicos diferentes.

Por ora, a Curiosity parou em uma região conhecida como "Rocknest", onde fez as primeiras análises do solo. Um dos objetivos, segundo os cientistas, é "limpar o paladar" dos instrumentos de análise, já que eles ainda estavam contaminados com pequenas partículas trazidas da Terra.

A análise do material foi a primeira vez que a Nasa conseguiu usar uma técnica chamada de difração de raio-X remotamente, em outro planeta.A técnica já é usada há anos na Terra. As partículas analisadas são "bombardeadas" com raio-X. A forma como o raio é refletido pelas partículas do solo revelam dados sobre a sua composição química e estrutura.

Os componentes analisados têm até 150 micrometros - a largura de dois fios de cabelo humano. Foram detectadas quantidades grandes de minerais como feldspato, olivina e piroxena.

O próximo passo da sonda será usar o instrumento conhecido como Sample Analysis at Mars (SAM, na sigla em inglês), que procurará detectar materiais orgânicos, para tentar descobrir se é possível haver - ou ter havido - ambiente propício para vida em Marte.

O equipamento CheMin da sonda Curiosity analisou o solo de Marte, representado nas composições acima
O equipamento CheMin da sonda Curiosity analisou o solo de Marte, representado nas composições acima
Foto: Nasa / Divulgação
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