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Tamanho do corpo influenciaria mais na evolução do que cérebro

15 out 2012 - 17h08
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Um estudo de fósseis de centenas de modernos e extintos morcegos, primatas e carnívoros indica que a seleção natural pode ter ocorrido mais em função do tamanho do corpo do que pela inteligência. A pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira na revista especializada PNAS.

O tamanho do cérebro em relação ao corpo é usado há gerações por cientistas como uma maneira de prever a inteligência de um animal. O ser humano, por exemplo, não tem o maior cérebro entre todas as espécies, mas em relação ao tamanho do corpo, esse órgão é excepcionalmente grande na nossa espécie.

Os cientistas acreditavam que a seleção natural ao longo da evolução das espécies privilegiava a inteligência dos animais. Ou seja, aquele mais inteligente era o mais apto a sobreviver e passar para as próximas gerações os seus genes.

Agora, pesquisadores das universidades College London (Reino Unido) e Konstanz e do instituto Max Planck (ambos na Alemanha) analisaram fósseis de centenas de animais e afirmam que as mudanças no tamanho do corpo ao longo da evolução ocorrem com maior velocidade, o que indica que elas tenham maior influência na seleção natural do que o tamanho do cérebro.

Segundo os pesquisadores, por exemplo, o corpo dos morcegos foi diminuindo de tamanho ao longo das gerações (isso pode ter permitido a esses animais ter uma melhor capacidade de manobra), o que fez com que o cérebro tivesse um tamanho relativo maior. No caso dos primatas, o corpo foi ficando maior e o órgão demorou a seguir essa mudança. Ou seja, o tamanho relativo do cérebro costuma ser determinado mais pela pressão do ambiente no corpo do que no próprio órgão (necessidade de um corpo mais adaptado do que mais inteligência).

"As mudanças no tamanho do corpo ocorrem independentemente das mudanças no tamanho do cérebro, e vice-versa. Além disso, a natureza dessas mudanças independentes no cérebro e no tamanho do corpo é diferente em diferentes grupos de animais", diz Jeroen Smaers, da College London. O estudo, afirmam os pesquisadores, mostra que o tamanho relativo do cérebro não pode ser usado como evidência inequívoca para a seleção por inteligência.

Fonte: Terra
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