Britânico e japonês ganham o Prêmio Nobel de Medicina
8 out2012 - 06h43
(atualizado às 11h06)
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O britânico John B. Gurdon e o japonês Shinya Yamanaka foram agraciados nesta segunda-feira com o Prêmio Nobel de Medicina 2012, anunciou o Instituto Karolinska de Estocolmo. Os dois cientistas foram premiados por descobrir como se pode "reprogramar" células maduras para que se "transformem em células imaturas capazes de se transformar em qualquer tipo de tecido", o que "revolucionou" a compreensão científica de como "se desenvolvem as células e os organismos".
"Reprogramando estas células humanas, os cientistas criaram novas oportunidades para estudar doenças e desenvolver métodos de diagnóstico e tratamento", ressalta a argumentação do prêmio. Os porta-vozes do Instituto Karolinska explicaram que Gurdon descobriu em 1962 que a "especialização das células é reversível", enquanto Yamanaka descreveu, 40 anos depois, como "células maduras intactas" podiam ser "reprogramadas para se transformar em células-tronco".
"Esta descoberta revolucionária mudou completamente nossa visão do desenvolvimento e da especialização celular. Agora entendemos que as células maduras não têm por que ficar confinadas para sempre em seu estado especializado", detalhou o instituto. Gurdon trabalha atualmente no Instituto Gurdon em Cambridge, enquanto Yamanaka é professor na Universidade de Kyoto, no Japão.
Os vencedores do prêmio, dotado com 8 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 2,5 milhões), 20% menos que no ano passado, sucedem os imunologistas Bruce A. Beutler, Jules A. Hoffmann e Ralph M. Steinman. Este trio obteve o Nobel de Medicina de 2011 por sua descrição do sistema imunológico humano, uma contribuição fundamental na luta contra doenças contagiosas e para o desenvolvimento de vacinas.
Ao anúncio do Nobel de Medicina seguirão esta semana os de Física e Química, na terça-feira e na quarta-feira, o de Literatura, na quinta-feira, e o da Paz, na sexta. A edição deste ano dos prestigiosos prêmios terminará na próxima segunda-feira, dia 15, com o de Economia. A entrega dos Nobel será realizada, de acordo com a tradição, em duas cerimônias paralelas, em Oslo para o da Paz e em Estocolmo para os restantes, no dia 10 de dezembro, coincidindo com o aniversário da morte de Alfred Nobel.
Os americanos Robert J. Lefkowitz e Brian K. Kobilka ganharam o Prêmio Nobel de Química por seus estudos inovadores sobre os receptores acoplados às proteínas G
Foto: AFP
O júri premiou os dois por suas descobertas sobre "os funcionamentos internos de uma importante família" de receptores: os acoplados às proteínas G que permitem às células "adaptar-se a situações novas"
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Lefkowitz tem 69 anos e é professor de Medicina e Bioquímica do Instituo Médico Howard Hughes e da Universidade de Duke
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Americano Brian K. Kobilka é professor da Universidade de Stanford
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O francês Serge Haroche e o americano David Wineland ganharam o prêmio Nobel de Física por seus trabalhos na avaliação e manipulação de partículas individuais preservando sua natureza mecânica quântica
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David Wineland nasceu em 1944 e trabalha no Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) de Boulder (Colorado, EUA)
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Haroche nasceu em 1944 em Casablanca (Marrocos) e atualmente é catedrático de Física Quântica no Colégio da França e na Escola Normal Superior, ambos em Paris
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Após ganhar o Nobel de física, Serge Haroche atendeu a uma coletiva de imprensa em Paris
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Os cientistas foram premiados por seus "revolucionários métodos experimentais que permitem avaliar e manipular sistemas quânticos individuais", afirmou o júri
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O britânico John B. Gurdon (esq.) e o japonês Shinya Yamanaka(dir.) foram agraciados com o Prêmio Nobel de Medicina 2012, anunciou o Instituto Karolinska de Estocolmo. Os anúncios dos vencedores das demais categorias seguem até o dia 15
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Os porta-vozes do Instituto Karolinska explicaram que Gurdon descobriu em 1962 que a "especialização das células é reversível", enquanto Yamanaka descreveu, 40 anos depois, como "células maduras intactas" podiam ser "reprogramadas para se transformar em células-tronco"
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Na imagem, o japonês Shinya Yamanaka, que conseguiu gerar as células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) com características que os pesquisadores acreditavam que só possuíam as células-tronco embrionárias Leia mais
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"Esta descoberta revolucionária mudou completamente nossa visão do desenvolvimento e da especialização celular. Agora entendemos que as células maduras não têm por que ficar confinadas para sempre em seu estado especializado", detalhou o instituto
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John Gurdon falou em uma coletiva de imprensa após ser agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina em Londres
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Shinya Yamanaka conversou com jornalistas na Universidade de Kyoto após receber o Prêmio Nobel