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Reversão do campo magnético está atrasada e preocupa cientistas

3 out 2012 - 15h02
(atualizado às 16h57)
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A única coisa que evita que a Terra tenha um ambiente sem vida como Marte é o campo magnético que nos protege da radiação solar letal e ajuda alguns animais a migrarem, e ele pode ser muito mais frágil do que se imagina. Cientistas afirmam que nosso campo magnético está ficando mais fraco e pode praticamente desaparecer em 500 anos, antes de fazer uma reversão completa.

ESO divulgou, no dia 12 de setembro, uma nova imagem da Nebulosa do Lápis - uma pequena parte de um enorme anel de restos deixados por uma explosão de supernova, que aconteceu há cerca de 11 mil anos. Leia mais
ESO divulgou, no dia 12 de setembro, uma nova imagem da Nebulosa do Lápis - uma pequena parte de um enorme anel de restos deixados por uma explosão de supernova, que aconteceu há cerca de 11 mil anos. Leia mais
Foto: Eso / Divulgação

Isso já aconteceu antes - o registro geológico sugere que o campo magnético tem revertido a cada 250 mil anos, indicando que, como o último evento ocorreu há 800 mil anos, outro parece estar atrasado. "O norte magnético migrou mais de 1,5 mil km no último século", afirmou Conall Mac Niocaill, cientista da Universidade Oxford. "Nos últimos 150 anos, a força do campo magnético diminuiu 10%, o que pode indicar que uma reversão deva ocorrer."

Embora seja difícil prever os efeitos desse fenômeno, as consequências podem ser enormes. A perda do campo magnético em Marte há bilhões de anos pôs fim à vida no planeta, se é que existiu alguma vida ali, afirmam os cientistas.

Mac Niocaill afirmou que Marte provavelmente perdeu seu campo magnético entre 3,5 bilhões e 4 bilhões de anos atrás, com base em observações de que as rochas no hemisfério sul do planeta têm magnetização.

A metade norte de Marte parece mais nova, porque possui menos crateras de impacto e não tem nenhuma estrutura magnética para contar a história. Portanto, o campo deve ter acabado antes da formação das rochas, que deve ter ocorrido há cerca de 3,8 bilhões de anos.

"Com o campo enfraquecido, o vento solar foi então capaz de arrancar a atmosfera e também houve um aumento da radiação cósmica chegando até a superfície", disse ele. "Essas duas coisas seriam má notícia para qualquer vida que possa ter se formado na superfície - ou a extinguindo ou forçando a sua migração para o interior do planeta."

O campo magnético da Terra sempre se refez, mas como continua a girar e a enfraquecer, poderá apresentar desafios - os satélites poderão ficar mais expostos ao vento solar e a indústria do petróleo usa as leituras do campo para direcionar as perfurações.

Na natureza, os animais que utilizam o campo poderão ficar bastante confusos. Pássaros, abelhas e alguns peixes usam o campo para navegação, assim como as tartarugas marinhas, cujas longas vidas, que facilmente podem ultrapassar um século, indicam que uma geração poderia sentir os efeitos.

Os pássaros poderão superar o problema, porque estudos mostram que eles têm sistemas que se fiam nas estrelas e em marcos terrestres, incluindo estradas e linhas de energia, para encontrar o seu caminho.

A Agência Espacial Europeia leva a questão a sério. Em novembro, planeja lançar três satélites para melhorar nosso entendimento sobre a magnetosfera.

O projeto, chamado Swarm, enviará dois satélites a uma órbita polar a 450 km de altura para medir as mudanças no campo magnético. Um terceiro será enviado a 530 km de altura para observar a influência do Sol.

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