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Cientistas recriam ancestrais de baratas com 300 milhões de anos

27 set 2012 - 13h54
(atualizado às 13h55)
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A última vez que estes animais andaram pela Terra foi há 305 milhões de anos, mas os cientistas conseguiram recriar a forma de dois insetos que são ancestrais das baratas que conhecemos hoje em dia. Os pesquisadores da Universidade Manchester não tiveram muito de onde começar além de pequenos orifícios deixados em uma rocha pelos corpos em decomposição dos insetos, mas ao examinar os "fósseis" em uma tomografia computadorizada - junto a 3 mil exames de raios-X - eles foram capazes de reproduzir os insetos nos mínimos detalhes. As informações são do site do Daily Mail.

A equipe, liderada por Russell Garwood, pôde aprender sobre a biologia, estilo de vida e dieta dos dois há muito extintos insetos - um dos quais desenvolveu espinhos afiados para escapar dos predadores. Ambos fazem parte do grupo Polyneoptera, que inclui baratas, louva-deus, grilos, gafanhotos e tesourinhas. Porém, analisar a relação exata entre os insetos será difícil para os pesquisadores, pois eles mudam radicalmente de aparência conforme se desenvolvem.

Um dos insetos reconstruídos pelos cientistas é caracterizado por um grande número de espinhos afiados. Ele pertence a nova espécie e gênero, que não existem atualmente. O outro é um predecessor inicial de um dos grandes sobreviventes do mundo dos insetos: a barata. Ele é um dos exemplos melhor preservados dessa época já vistos pelos paleontologistas. Os pesquisadores suspeitam, pelo bom estado de conservação de suas peças bucais, que ele sobrevivia comendo restos apodrecidos no chão da floresta.

Ao colocar os fósseis no scanner de tomografia computadorizada e ao fazer exames de raios-X em diversos ângulos diferentes, os cientistas foram capazes de criar 2 mil "fatias" mostrando o fóssil em secção transversal. Desses pedaços, a equipe pode criar reconstruções em 3D.

"A mudança mais drástica é vista em insetos como borboletas, que mudam de uma larva, para uma crisálida, e então para um adulto. Mas poucas pessoas, relativamente, olham para os fósseis e tentam descobrir como o ciclo de sua vida pode ter evoluído. Nós esperamos que um trabalho como esse permita que compreendamos melhor a biologia e desenvolvimento destes antigos insetos, e como grandes inovações podem ter surgido", diz Garwood.

"Por volta desta época, um grande número de "anfíbios" antigos eram insetívoros. A criatura espinhosa era um tipo de 'pato sentado', como não podia voar, os espinhos provavelmente o faziam menos palatável. É bizarro, muito diferente de outros membros de Polyneoptera que estão vivos hoje. A ninfa barata é parecida com as baratas atuais", acrescenta, afirmando que este estudo é apenas o primeiro passo e que passará os próximos anos olhando para outros fósseis de insetos para concluí-lo.

Ao examinar os fósseis em uma tomografia computadorizada - junto a 3 mil exames de raios-X - os pesquisadores puderam reproduzir os insetos nos mínimos detalhes
Ao examinar os fósseis em uma tomografia computadorizada - junto a 3 mil exames de raios-X - os pesquisadores puderam reproduzir os insetos nos mínimos detalhes
Foto: PLoS ONE / Divulgação
Fonte: Terra
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