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Psicopatas têm olfato pouco desenvolvido, indica estudo

20 set 2012 - 18h25
(atualizado às 18h58)
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Os psicopatas têm o sentido do olfato notavelmente pobre, revelou um estudo publicado nesta quinta-feira no periódico Chemosensory Perception. Cientistas australianos testaram uma teoria segundo a qual a psicopatia - um distúrbio severo de personalidade caracterizado por falta de empatia, comportamento antissocial e insensibilidade - pode estar vinculada a uma reduzida habilidade olfativa. Os dois fenômenos foram rastreados de forma independente à disfunção em uma região do cérebro denominada córtex orbito-frontal (COF).

Mehmet Mahmut e Richard Stevenson, do Departamento de Psicologia da Universidade Macquarie, em Sydney, testaram as habilidades olfativas de 79 indivíduos com idades entre 19 e 21 anos, diagnosticados como psicopatas não criminosos e residentes na comunidade. Usando "bastões inaláveis" - 16 canetas contendo diferentes aromas, tais como laranja, café e couro - eles verificaram que os jovens tinham problemas em identificar corretamente um odor e então discriminá-lo perante outro.

Os indivíduos que obtiveram a maior pontuação em um teste padrão de traços de psicopatia apresentaram os piores resultados no teste de odores, mesmo sabendo que estavam inalando algo. A descoberta pode ser útil para identificar psicopatas, que são hábeis manipuladores em interrogatórios, destacou um artigo sobre o estudo.

"Medições olfativas representam um marcador potencialmente interessante para traços de psicopatia porque as expectativas de desempenho não são claras em testes de odores e podem, portanto, ser menos suscetíveis a tentativas de criar respostas ''boas'' ou ''más''", acrescentou o artigo. O córter orbitofrontal é uma parte do cérebro responsável pelo controle de impulsos, pelo planejamento e pelo comportamento conforme normas sociais.

Também parece ser importante no processamento de sinais olfativos, embora a função precisa não esteja clara, segundo um estudo anterior. Moléculas de odores se ligam a células nervosas específicas na base do nariz, que então envia os sinais através do trato lateral olfativo para o córtex olfatório primário. Dali, os sinais vão para o COF através de uma parte do cérebro denominada núcleo mediodorsal, situada no tálamo.

O estudo esclarece que ter um olfato pobre em si não significa que alguém seja psicopata. A disfunção olfativa também pode ocorrer em indivíduos com esquizofrenia, mal de Parkinson e Alzheimer, destaca.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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