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Nova espécie de macaco com juba é encontrada na África

13 set 2012 - 08h26
(atualizado às 09h33)
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Uma nova espécie de macaco foi encontrada na República Democrática do Congo, África. Conhecida como Lesula, essa é apenas a segunda espécie de primata a ser identificada em 28 anos, de acordo com cientistas. Ambientalistas afirmam que a descoberta ressalta a necessidade de proteger a vida selvagem na Bacia do Congo.

Cientistas destacaram 'juba de longos fios loiros rodeando um rosto pálido' como característica da espécie
Cientistas destacaram 'juba de longos fios loiros rodeando um rosto pálido' como característica da espécie
Foto: John Hart/PLoS ONE / Divulgação

Dois rios, o Congo e o Lomani, separam o habitat da espécie de seus dois primos mais próximos. A descoberta foi divulgada na publicação científica especializada PLoS ONE.

O primeiro contato que cientistas tiveram com o macaco foi quando eles encontraram uma fêmea jovem, mantida em uma gaiola por um professor de escola primária, na cidade de Opala. O animal está atualmente sob cuidados de um instituto especializado e sendo monitorado por cientistas.

Seis meses depois de encontrar o animal preso, especialistas conseguiram achar outros primatas da espécie no ambiente selvagem."Quando demos início às nossas investigações, não sabíamos o quão importante do ponto de vista biológico seriam as nossas descobertas", afirma John Hart, da Fundação Lukuru, que comandou o projeto. "Não esperávamos encontrar uma nova espécie, especialmente entre um grupo tão conhecido como os macacos guenon africanos", acrescenta o pesquisador.

No documento que descreve os animais, os cientistas detalharam seus traços distintos: "Uma juba de longos fios loiros rodeando um rosto pálido e nu com um focinho com uma faixa cor de creme vertical".

Rosto peculiar

O rosto desnudo do lesula é diferente do rosto negro e peludo do parente mais próximo do animal. O primata ganhou o nome científico de Cercopithecus lomamiensis, em homenagem ao rio Lomani, localizado na região de seu habitat natural.

Os pesquisadores acreditam que o animal viva em uma área de cerca de 17 mil quilômetros quadrados na região central da República Democrática do Congo.

Especialistas temem que devido ao fato de a espécie viver concentrada em uma mesma região ela poderia estar mais ameaçada por ações predatórias, como a prática da caça para usar sua carne como alimento.

O antropólogo Andrew Burrell, da Universidade de Nova York, disse que "a descoberta pode representar talvez a primeira desta floresta notável, mas pouco conhecida na parte central da República Democrática do Congo, uma região de grande diversidade de primatas".

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