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Cientistas descobrem molusco da Antártida capaz de mudar de sexo

11 set 2012 - 11h06
(atualizado às 12h45)
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Cientistas do centro nacional de oceanografia de Southampton descobriram que um molusco na Antártida é capaz de mudar de sexo. De acordo com os especialistas, a natureza hermafrodita da espécie Lissarca miliaris aumenta sua eficiência reprodutiva nas águas gélidas do extremo sul do planeta.

A natureza hermafrodita da espécie Lissarca miliaris aumenta sua eficiência reprodutiva nas águas gélidas
A natureza hermafrodita da espécie Lissarca miliaris aumenta sua eficiência reprodutiva nas águas gélidas
Foto: National Oceanography Centre / Divulgação

O invertebrado foi descoberto em 1845 e teve a sua reprodução estudada em 1970, mas a novidade, publicada no jornal científico Polar Biology, só foi descoberta agora. Os estudos anteriores focaram na presença de ovos dentro das conchas de fêmeas, que eram "chocadas" pelos seus corpos.

Nesta pesquisa, os cientistas estudaram a reprodução em um nível celular e constataram a presença de pequenos ovos nos machos da espécie. O novo estudo sugere que a espécie, no seu estágio inicial de desenvolvimento, se reproduz como macho, e passa a ter órgãos reprodutores femininos quando está grande o suficiente para poder chocar uma quantidade grande de ovos. "Nós também descobrimos que depois que o macho se transforma em fêmea, ele mantém o tecido do aparelho reprodutivo masculino por um longo período", acrescentou o pesquisador.

A Lissarca miliaris é um tipo de bivalve, por estar envolta em duas conchas, e possui várias adaptações para se reproduzir com mais eficiência, como o fato de chocar os seus ovos e a mudança de sexo. "Hermafroditismo não é necessariamente incomum nos bivalves da Antártica e, com muitas espécies a serem estudadas, pode haver muito mais a ser descoberto", disse Adam Reed, que chefiou o estudo.

"O estudo mostra o quanto nós ainda não sabemos sobre a forma de vida dos invertebrados da Antártida e o quanto ainda há para ser estudado", conclui o pesquisador. O trabalho foi desenvolvido na estação britânica de pesquisa no Polo Sul.

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