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ONU conclui sem avanços outra reunião sobre a mudança climática

5 set 2012 - 03h40
(atualizado às 12h54)
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A Convenção da ONU sobre Mudança Climática realiza nesta quarta-feira, em Bangcoc, na Tailândia, a última jornada das reuniões preparatórias da Cúpula de Doha, sem que apareçam sinais de um avanço que permita alcançar, em curto prazo, um pacto de redução de emissões de gases.

Durante a semana de conversas informais das quais participaram delegações de 190 países, as potências econômicas também não sugeriram que fornecerão o financiamento que as nações menos desenvolvidas pedem para enfrentar os riscos do aquecimento global.

A conferência, que começou na quinta-feira passada, tentava aproximar posições sobre a extensão do Protocolo de Kyoto, que expira no final de ano, e sua substituição em 2015 por um novo acordo global sobre a redução de gases do efeito estufa que deve entrar em vigor em 2020.

Por sua parte, o diretor de Estratégia Climática da União Europeia, Artur Runge-Metzger, reiterou a intenção da Europa de assinar a extensão do protocolo de Kyoto, mas advertiu que Bruxelas seguirá mantendo o objetivo de reduzir as emissões em 20%.

"Este não era o lugar para um grande acordo, mas para preparar documentos para que isto possa ocorrer em Doha (...) Agora, teremos um documento de emendas para a extensão do Kyoto que nos permitirá preparar nossos ministros para que haja um acordo político em Doha", completou Runge-Metzger.

A secretária executiva da Convenção, Christiana Figueres, destacou o acordo para elaborar documentos de trabalho que possam guiar as negociações políticas sobre a extensão do protocolo de Kyoto, que expira este ano, e o desenho de um novo pacto global de redução de emissões.

"O esforço em Bangcoc valeu a pena. Os negociadores dos governos avançaram em questões fundamentais mais do que muitos esperavam e levantaram as perspectivas sobre o êxito do próximo passo em Doha", afirmou Christiana em entrevista coletiva.

As divergências sobre uma nova parcela de redução de emissões, que em maio levaram ao fracasso a anterior rodada de negociações em Bonn (Alemanha) se mantêm em Bangcoc entre os países em desenvolvimento e os mais industrializados, sendo que alguns deles não esclareceram se assinarão a extensão de Kyoto, segundo indicaram delegados que participam das reuniões.

Outros, como Canadá, Rússia e Japão anunciaram no ano passado sua desvinculação dos novos compromissos vinculados à extensão do chamado Kyoto 2 enquanto a União Europeia se mostra favorável a aumentar o corte de emissões, mas longe das reivindicações dos países em desenvolvimento.

Por sua parte, os principais emissores, Estados Unidos e China, que não assinaram o primeiro protocolo de Kyoto de 1997, disseram que não assumirão nenhum limite legal a suas emissões até 2020.

Com a satisfação da ONU pelo resultado da reunião, a coalizão que aglutina as ONGs, Climate Action Network, advertiu os governos sobre a urgência de tomar decisões para evitar um aquecimento superior aos 2 graus centígrados, considerada perigosa pela comunidade científica.

O outro ponto de desacordo é o do financiamento no qual os países em desenvolvimento exigem que se lhes garantam fundos uma vez que os países mais ricos deixem de fornecer os US$ 10 bilhões vinculados ao protocolo de Kyoto.

Estes países, a maioria africanos e estados insulanos do Pacífico, temem que não se chegue a nenhum acordo que cubra suas necessidades até 2020, ano a partir do qual os países mais desenvolvidos se comprometeram a fornecer US$ 100 bilhões anuais.

A reunião de Bangcoc é a última preparatória para a conferência mundial sobre a mudança climática que acontecerá em Doha (Catar) entre os dias 26 de novembro e 7 de dezembro.

EFE   
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