Astrônomos detectam açúcar ao redor de uma estrela jovem
29 ago2012 - 11h16
(atualizado às 13h05)
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Uma equipe internacional de astrônomos detectou pela primeira vez açúcar ao redor de um estrela jovem, informou nesta quarta-feira o Observatório Austral Europeu (ESO), sediado na cidade de Garching, no sul da Alemanha. Através das observações do radiotelescópio Alma, situado no Deserto do Atacama (Chile), no planalto de Chajnantor, a 5 mil m de altura, os cientistas conseguiram captar moléculas de glicoaldeído no gás que rodeia a estrela binária jovem Iras 16293-2422, que possui uma massa similar a do Sol e está localizada a 400 anos-luz da Terra.
"No disco de gás e pó que rodeia esta estrela de recente formação encontramos glicoaldeído, um açúcar simples que não é muito diferente ao que adicionamos em nosso café", assinalou Jes Jorgensen, do Instituto Niels Bohr da Dinamarca e principal autor do estudo. Segundo o astrônomo, "esta molécula é um dos ingredientes na formação do ácido ribonucleico (RNA), que, assim como o DNA, é um dos ingredientes fundamentais para a vida".
"O que é realmente fascinante é que as observações realizadas com o Alma revelam que as moléculas de açúcar estão caindo em direção a uma das estrelas do sistema", indicou Cécile Favre, da Universidade de Aarhus (Dinamarca).
Desta forma, este achado demonstra que os elementos essenciais para a vida se encontram no momento e lugar adequados para poder existir nos planetas que se formam ao redor da estrela.
O glicoaldeído já tinha sido avistado no espaço interestelar anteriormente, mas esta é a primeira vez que se localiza tão próximo de uma estrela deste tipo, com distâncias equivalentes às que separam Urano do Sol em nosso próprio sistema solar.
"Essa descoberta levanta uma grande dúvida: quão complexas podem vir a ser estas moléculas antes que sejam incorporadas a novos planetas? Isto poderia nos dar uma ideia a respeito da forma como a vida pode se originar em outras partes", ressaltou Jorgensen.
Segundo o cientista, as observações com o Grande Conjunto Milimétrico/Submilimétrico de Atacama, caracterizado por uma grande precisão e sensibilidade, "serão de vital importância para desvendar este mistério".
Vênus transita na frente do Sol em 2004, última vez que o fenômeno ocorreu. Na terça-feira, o fenômeno ocorre novamente. Quem perder poderá ver de novo se sobreviver até 2117. Veja a seguir imagens deste e de outros trânsitos no Sistema Solar
Foto: Nasa / Divulgação
Satélite registra a lua Io transitar em frente a Júpiter
Foto: Nasa / Divulgação
Do ponto de visto do satélite Stereo-B, a Lua transita em frente ao Sol. O equipamento está a cerca de 1,6 milhão de km da Terra, o que significa que ele está 4,4 vezes mais longe da Lua do que nós e, portanto, ela parece 4,4 vezes menor. O registro, feito em 2006, só foi possível devido a um desvio feito na órbita de Stereo-B
Foto: Nasa / Divulgação
Da Terra, fotógrafo registra o momento exato em que a Estação Espacial Internacional passa em frente ao Sol. O trânsito é o momento em que um corpo passa em frente ao outro do ponto de vista do observador
Foto: Nasa / Divulgação
Mosaico mostra o fenômeno, mas desta vez é Mercúrio que passa pela frente da nossa estrela
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem de 2009 mostra o agora aposentado ônibus espacial Atlantis
Foto: Nasa / Divulgação
O pequeno pontinho escuro na imagem é Mercúrio. Este registro foi feito por um astrônomo no Texas
Foto: Nasa / Divulgação
Mercúrio e Vênus são os únicos planetas que vemos transitar o Sol - afinal, são os únicos que existem entre nós e nossa estrela
Foto: Nasa / Divulgação
Os trânsitos já foram utilizados para medir a distância da Terra ao Sol e o tamanho dos planetas. Hoje, o fenômeno é usado para descobrir exoplanetas (aqueles fora do Sistema Solar) - quando um deles passa em frente à sua estrela, ele causa mudança no brilho desta, e é quando os astrônomos descobrem que há algo lá. A imagem é uma ilustração do evento
Foto: Nasa / Divulgação
Filtro especial é usado para registrar o trânsito de Vênus em frente ao Sol, em Israel, em 2004. Na próxima terça-feira o evento ocorre novamente e quem perder este terá que viver até 2117 para ver de novo. Veja a seguir demais fotos do fenômeno quando ocorreu há oito anos
Foto: Getty Images
Pessoas acompanham o trânsito de Vênus em Nova York
Foto: Getty Images
O intervalo entre um trânsito de Vênus e outro ocorre em períodos curtos ou muito longos
Foto: Getty Images
Contudo, neste ano, no Brasil só poderão acompanhar o evento astronômico moradores do Acre, oeste do Amazonas e Roraima
Foto: Getty Images
Se você for ver o trânsito, lembre-se de nunca olhar diretamente para o Sol
Foto: Getty Images
Existem duas formas mais comuns e seguras de acompanhar o fenômeno: com o uso de filtro astronômico ou projetando a imagem feita por um telescópio em uma superfície branca
Foto: Getty Images
Até mesmo câmeras digitais comuns podem ficar danificadas se o sensor for exposto diretamente ao Sol - além de não registrarem nada
Foto: Getty Images
É possível ver o fenômeno sem telescópio, mas vai ser difícil. O ideal é ter pelo menos um binóculo - sempre com filtro especial
Foto: Getty Images
Este mosaico é feito com imagens do observatório de Greenwich, no Reino Unido
Foto: Getty Images
Os cuidados para ver um trânsito são os mesmos de um eclipse
Foto: Getty Images
O trânsito de Vênus já foi usado para se medir o tamanho desse planeta e a distância média da Terra ao Sol
Foto: Getty Images
Contudo, hoje já existem métodos mais modernos e o evento virou mais uma curiosidade - mas os astrônomos estão de olho, afinal, nunca se sabe se algo novo pode vir do fenômeno
Foto: Getty Images
Astrônomo amador usa o método da projeção
Foto: Getty Images
Um telescópio do Observatório Las Palmas, nas Canárias, fez este registro que é tão preciso que mostra até a atmosfera de Vênus
Foto: D. Kiselman, et al. (Inst. for Solar Physics)/Royal Swedish Academy of Sciences/Nasa / Divulgação
Este registro foi feito pelo astrônomo alemão Stefan Seip
Foto: Stefan Seip/Nasa / Divulgação
Este registro é do satélite Trace, da Nasa. O último trânsito de Vênus antes de 2004 havia ocorrido em 1882. Leia mais