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Sequenciar DNA pode se tornar parte do tratamento contra câncer

Sequenciar DNA pode se tornar parte do tratamento contra câncer

23 ago 2012 - 15h09
(atualizado às 15h13)
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Um estudo americano indica que sequenciar o DNA de tumores de pacientes com câncer pode ajudar a definir quais medicamentos vão e quais não vão fazer efeito no combate à doença. Os médicos do Centro do Câncer Memorial Sloan-Kettering, de Nova York, estudaram o caso de um paciente que respondeu bem a uma droga experimental e compararam seu DNA com os daqueles que não tiveram mudanças significativas com o medicamento. O Estudo foi divulgado nesta quinta-feira pela revista Science, da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês).

A criança se recuperou de uma cirurgia para corrigir um desvio de 42° na coluna vertebral. Ele teve que usar durante três meses a proteção
A criança se recuperou de uma cirurgia para corrigir um desvio de 42° na coluna vertebral. Ele teve que usar durante três meses a proteção
Foto: Barcroft Media / Getty Images

Em estudo anterior, médicos notaram que a droga experimental Everolimus tinha resultado positivo apenas em uma parcela dos pacientes que participaram da pesquisa. Agora, os cientistas decidiram investigar um desses casos positivos para tentar entender por que ocorreram respostas diferentes.

A droga atua em um conjunto de proteínas (chamado de mTORC1) que é ligado ao câncer. O paciente analisado no novo estudo sofria de um tumor de bexiga e já tinha ocorrido metástase. O sequenciamento do DNA indicou 17.136 mutações no câncer, mas foram somente duas que chamaram a atenção dos pesquisadores - duas que influenciam no mTORC1.

"Certos genes na via de sinalização mTORC1 são a causa de raras síndromes de predisposições para o câncer. Por exemplo, mutações germinativas (as que passam para as próximas gerações) no gene TSC1 causam uma condição conhecida como esclerose tuberosa que leva ao câncer em jovens. Nós encontramos mutações similares no gene TSC1 em cânceres de bexiga, mas nestes casos as mutações eram somáticas, não ocorriam em todas as células, apenas nas de câncer", diz ao Terra David B. Solit, um dos autores do estudo.

No próximo passo, os pesquisadores analisaram pacientes que tiveram outras respostas ao medicamento - inclusive aqueles com resultados muito modestos após tomarem a droga. Eles encontraram outras características nos genes que, segundo os médicos, seriam o motivo da resistência ao tratamento.

A conclusão, afirmam os cientistas, é que pacientes com mutações específicas no DNA do tumor responderão melhor ao medicamento e isso indica que o sequenciamento genético pode se transformar em uma poderosa arma no tratamento contra o câncer.

"Atualmente, sequenciar completamente o genoma de todos os pacientes é muito caro. Mas os custos, contudo, estão caindo rapidamente. Nosso relatório destacou o uso do sequenciamento completo do genoma para definir as bases de sensibilidade em um único e especial caso para uma droga específica contra o câncer - um fenótipo discrepante. Métodos menos caros podem ser usados em outros pacientes para identificar mutações similares em uma população mais abrangente de pacientes", diz Solit.

Fonte: Terra
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