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Pouso em Marte foi "milagre de engenharia", dizem cientistas

6 ago 2012 - 20h17
(atualizado às 22h31)
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Cientistas da Nasa qualificaram nesta segunda-feira de "milagre de engenharia" o impecável pouso em Marte da sonda Curiosity, que já começou a enviar imagens de uma antiga cratera, como parte da sua missão de descobrir se o Planeta Vermelho já teve condições de abrigar vida.

Satélite Mars Reconnaissance Orbiter registra a chegada da sonda em Marte
Satélite Mars Reconnaissance Orbiter registra a chegada da sonda em Marte
Foto: Nasa / Divulgação

O jipe-robô, que tem seis rodas e pesa uma tonelada, realizou uma complexa e arriscada operação para entrar na atmosfera marciana e pousar no local escolhido, na madrugada de segunda-feira (hora de Brasília), para alívio e alegria de cientistas e engenheiros da Nasa.

"Nós nos treinamos durante oito anos para pensar no pior o tempo todo", disse o engenheiro chefe Miguel San Martín. "Você nunca consegue desligar isso". Essa é a primeira missão de astrobiologia da Nasa desde o envio da sonda Viking, na década de 1970, e é também o primeiro laboratório analítico completo a operar em outro mundo.

Engenheiros da Nasa disseram que esse feito foi um dos mais desafiadores e complexos na história dos voos espaciais robóticos e que abrirá as portas para uma nova era da exploração interplanetária.

O presidente americano, Barack Obama, disse que o pouso da Curiosity representa um histórico "ponto de orgulho nacional". O pouso é também um marco importante para a agência espacial americana, afetada nos últimos anos por cortes orçamentários e pela recente aposentadoria da sua frota de ônibus espaciais.

Por causa da demora nas comunicações por rádio entre a Terra e Marte, todo o processo de descida e pouso precisou ser autoguiado, sem a interferência dos técnicos.

Após uma viagem de oito meses e 566 milhões de km, a sonda tocou a tênue atmosfera marciana a quase 21 mil km/h - 17 vezes a velocidade do som -, antes de iniciar a descida controlada.

Para reduzir sua velocidade, a sonda contou com um paraquedas especial, com uma mochila a jato e com um inédito "guindaste aéreo" que auxiliou no pouso, ocorrido na cratera Gale, no hemisfério sul marciano, perto do equador desse planeta.

A Nasa divulgou que o pouso aconteceu às 2h32 de segunda-feira (hora de Brasília). Momentos após o pouso, a Curiosity enviou suas três primeiras imagens do solo marciano. Numa delas, uma roda do veículo e a sombra do jipe apareciam à frente do terreno pedregoso.

O jipe, do tamanho de um carro esportivo pequeno, está agora no fundo da gigantesca cratera Gale, aberta na superfície de Marte pelo impacto de um corpo celeste, e ao lado da imponente montanha rochosa chamada monte Sharp.

Três sondas orbitais monitoraram a descida, que foi apelidada pelos técnicos da Nasa como "sete minutos de terror". O sucesso do pouso foi recebido com um misto de comemoração e alívio.

"Quando você vê uma foto da superfície do planeta com a nave espacial nela, esse é o milagre da engenharia", disse o cientista-chefe John Grotzinger a jornalistas nesta segunda-feira.

Com o sol do fim de tarde se pondo atrás da beirada da cratera, a Curiosity ainda enviou outras seis fotos, além do resultado dos testes iniciais dos seus 10 instrumentos científicos. Durante a noite marciana, a sonda é desligada.

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