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Cientista cria banco de esperma de corais no Havaí

23 jul 2012 - 22h15
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Uma pesquisadora dos Estados Unidos está criando um banco de espermas de corais com a esperança de que o material genético seja utilizado para repovoar recifes no Havaí, Caribe e Austrália. Mary Hagedorn, do Instituto de Biologia Marinha do Havaí e do Instituto Smithsonian, acredita ter esperma suficiente para fertilizar de 500 milhões a 1 bilhão de ovos de corais. As informações são do site do jornal americano The New York Times.

A pesca excessiva e o aquecimento global estão entre os fatores que ameaçam os recifes de coral
A pesca excessiva e o aquecimento global estão entre os fatores que ameaçam os recifes de coral
Foto: AFP

Mary afirma ter congeladas 3 bilhões de células embriônicas, muitas com características de células-tronco, o que significa que podem se transformar em corais adultos. Apesar dos números, a pesquisadora afirma que, comparado com os recifes do planeta, sua coleção é pequena - mas a única do tipo.

Corais podem se reproduzir assexuadamente - fragmentos podem se transformar em clones do ser original -, mas Mary lembra que apenas a produção sexuada mantém a diversidade genética das populações e aumenta a capacidade de adaptação e sobrevivência.

A preocupação com os recifes ocorre principalmente com o aquecimento do planeta. Conforme os oceanos estão esquentando, esses animais ficam cada vez mais vulneráveis a doenças - e, por causa da diferença de temperatura, eles estão perdendo as algas coloridas necessárias para sua alimentação.

No Caribe, o aquecimento, aliado à pesca predatória, doenças e outros problemas, já matou 80% dos corais. No centro e oeste do Pacífico, acredita-se que os corais perderam 50% de sua extensão entre o final dos anos 80 e 2003. Se o ritmo de perda continuar, os corais poderão encontrar seu fim em 2050.

Estima-se que um quarto de todas as espécies marinhas estão associadas aos recifes de corais. Muitas podem sobreviver com as algas que restarem nesses locais, mas não todas. Isso faz outros pesquisadores reconheceram o trabalho da americana. "Mary é minha apólice de seguro", diz Greta Aeby, bióloga que trabalha em Coconut Island (Tailândia) e estuda as doenças que atingem esses animais no Pacífico.

"Trabalhamos o mais rápido que conseguimos, mas não é o suficiente. Eu continuo dizendo a meus estudantes: 'estudem mais rápido!'", diz Greta. Hoje, apenas 27% dos recifes estão em reservas. E, se as tentativas de proteção não derem certo, Mary espera poder ajudar a salvar esse ser.

Fonte: Terra
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