Pesquisas com animais no Brasil terão que ter veterinário
23 jul2012 - 19h44
(atualizado às 21h29)
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A partir de agora, as experiências científicas com uso de animais no Brasil terão que ser acompanhadas, obrigatoriamente, por médicos veterinários. A exigência da presença desses profissionais foi determinada pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), a maior parte dos laboratórios de pesquisa que utilizam animais para experimentação científica e ensino, mais conhecidos como biotérios, já mantém veterinários em suas equipes.
''O que se pretende é que a prerrogativa seja levada à sociedade em geral, para que o número cada vez maior de universidades que têm biotérios também cumpra essa norma'', explicou o professor e pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Alberto Costa, que preside a Comissão de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal do CFMV. Com a medida, procedimentos como analgesia, eutanásia, administração de medicamentos e óbito dos animais e a garantia de boas condições do ar e de alimentação passam a ser competência e responsabilidade dos veterinários.
A equipe de pesquisadores ficará responsável exclusivamente pelos estudos científicos. ''Quem pode avaliar se animal está sendo submetido a sofrimento ou dor, durante um procedimento, em aula prática ou pesquisa, é o medico veterinário'', explicou Alberto Costa. Os cientistas reconhecem que, apesar de não terem o nível de consciência do ser humano, os animais são capazes de experimentar as sensações negativas e positivas, desde euforia à frustração, dor e sofrimento intenso. ''A presença do médico veterinário contribui para que não ocorra essa situação de sofrimento'', acrescentou o professor.
A obrigatoriedade, por outro lado, desperta, entre alguns pesquisadores e cientistas, o temor de que os médicos veterinários interfiram nos procedimentos exclusivamente científicos. Mas o coordenador do Centro de Experimentação Animal do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Carlos Müller, garante que a nova norma, que cria mecanismos rigorosos de controle da experimentação, trata apenas da assistência técnica e sanitária aos animais.
''Atualmente, existem pessoas que não fazem sequer analgesia nos animais submetidos às experiências. O pesquisador é pontual na pesquisa, mas nem sempre tem a experiência de dia a dia com o animal'', disse.A alteração nas regras desse tipo de experimento reacende ainda o debate sobre alternativas que substituam o uso de animais em pesquisas. Alguns segmentos, como o da indústria cosmética, validaram métodos alternativos de substituição. Mas, quando se trata de pesquisas em geral, Müller é enfático em afirmar que ''não terá tão cedo no Brasil. Não existem métodos substitutivos porque falta investimento''.
Para o pesquisador, o estabelecimento de métodos alternativos em testes científicos pode demorar de 10 a 12 anos para ser concluído. Além da falta de sinalização de investimentos, Müller ainda destaca que apenas este ano o Brasil sediará um evento internacional sobre o tema. ''Na Europa, você vê fortunas investidas nesses métodos. Aqui no Brasil, não adianta ficar cobrando do pesquisador. Você até substitui aulas com métodos alternativos, mas na pesquisa não'', relatou.
A dificuldade em reproduzir, de forma padronizada, a variedade de condições exigidas pelas pesquisas é o principal problema apontado pelos pesquisadores para a substituição dos animais nos estudos. ''Imagina você fazer controle de qualidade de vacina de hepatite, que é viral, sem usar o macaco. Se essa vacina for para a rua e não passar pelo macaco toda a população que tomar a vacina terá problema neurológico'', afirmou Müller.
Ao contrário dos desenhos animados, este gato ficou amigo e começou a proteger um pintinho na Rússia. Segundo o dono dos animais, eles estavam começando a criar uma rara variedade de frangos e tinha que protege-los já que são muito frágeis
Foto: The Grosby Group
Mas ele se surpreendeu ao ver o felino atuar como "babá" dos filhotes. No Dia do Amigo veja a seguir mais casos de amizades animais
Foto: The Grosby Group
Outro caso de predador e presa que deixaram a caça de lado é deste puma e este gambá, nos Estados Unidos. Mas a amizade dura apenas enquanto os dois são filhotes, já que um desenvolve o órgão que causa o mau cheiro, e o outro vira um grande caçador
Foto: The Grosby Group
A raposa Anuska era órfã e foi adotada por uma família em Bedfordshire, Reino Unido. O animal acabou se acostumando com o cachorro dos donos
Foto: The Grosby Group
Este caso chama a atenção pelos dois animais continuarem a amizade mesmo depois de crescidos. O guepardo e o cão cresceram juntos em um parque na Flórida
Foto: The Grosby Group
Man Disa, o suricate, e George, o cão, viraram melhores amigos em uma casa com 150 animais, no Reino Unido. Entre os companheiros que vivem na residência, pode ser encontrado um wallaby (um "canguru pequeno") e um guaxinim
Foto: The Grosby Group
Este suricate e este porquinho receberam o nome de Timão e Pumba, já que lembram a dupla do filme O Rei Leão. Os dois vivem em Worcestershire, no Reino Unido
Foto: The Grosby Group
Este filhote de lince e esta cadela se conheceram em um programa de conservação da espécie de felinos na Eslováquia. A cadela ainda ficou amiga outros dois linces
Foto: The Grosby Group
A amizade inesperada, que surgiu durante um projeto do Parque Nacional Velka Fatra, gera curiosidade em todos
Foto: The Grosby Group
Mesmo sendo conhecidos por não conviverem bem em um mesmo ambiente, o cão Lilica e seus amigos linces se divertem na rotina do parque
Foto: The Grosby Group
O pequeno lince brinca diariamente com sua amiga Lilica, da raça Pastor Alemão
Foto: The Grosby Group
O projeto, chamado "O Retorno dos Linces", tem o objetivo de levar felinos de volta à vida selvagem
Foto: The Grosby Group
Os pequenos animais fazem parte de um projeto do parque, especial para linces
Foto: The Grosby Group
O cão Lilica se tornou inseparável dos felinos Liza, Viki e Muro após os filhotes terem sido levados ao Parque Nacional Velka Fatra, na Eslováquia
Foto: The Grosby Group
Imagem do livro Unlikely Friendships divulgada no dia 24 de fevereiro mostra animais de espécies diferentes que foram flagrados em momentos de "amizade". Acima, um macaco rhesus bebê e uma pomba dividiram a mesma jaula no centro de proteção animal de uma ilha chinesa, após serem encontrados por funcionários
Foto: CNImaging/Photoshot / BBC Brasil
As 47 histórias foram compiladas pela escritora Jennifer S. Holland, especializada em ciência e história natural. Na foto acima, um cachorro da raça Leão da Rodésia parece fazer carinho em um filhote de porco vietnamita
Foto: Barcroft/Fame / BBC Brasil
Casos bem documentados, como o da gorila Koko, também aparecem no livro. Koko, que nasceu em um zoológico nos EUA, é capaz de entender palavras em inglês e na língua de sinais. Em 1984, ela "pediu" um gato de estimação a sua treinadora Francine Patterson e ganhou All Ball, que aparece com a gorila na foto
Foto: Ron Cohn/Gorilla Foundation/koko.org / BBC Brasil
A cacatua Coco e o gato Lucky, adotados por um casal americano, se tornaram grandes amigos instantaneamente, de acordo com a autora. Vídeos de Coco acariciando o pelo do gato e das brincadeiras entre os dois fazem sucesso na internet
Foto: Elizabeth Anne Sosbe / BBC Brasil
A amizade entre dois tigres-de-sumatra gêmeos e dois orangotangos bebês começou quando eles dividiram o mesmo espaço no berçário de um zoológico na Indonésia. Rejeitados pelos pais, os quatro foram criados juntos e tiveram dificuldades de se acostumar com a separação, quando se tornaram jovens
Foto: Associated Press / BBC Brasil
O cachorro golden retriever Chino e a carpa chinesa Falstaff desenvolveram uma curiosidade mútua que logo se transformou em parceria, segundo seus donos, um casal do Oregon, nos Estados Unidos. Os dois se encontravam diariamente na beira do lago que o casal possuía em casa e tocavam seus focinhos
Foto: Bob Pennell/Mail Tribune / BBC Brasil
Em alguns casos, de acordo com a autora, o comportamento dos animais pode ser explicado pelos benefícios que eles ganham com a companhia de outras espécies. Outros, no entanto, permanecem inexplicáveis
Foto: Jennifer Holland / BBC Brasil
O santuário de animais Sapelo, em Pine Harbour (EUA) resgatou esta lontra quando ela foi atingida por um carro. Curiosamente, durante sua longa recuperação, a lontra acabou amiga de dois cães que vivem no local. Veja mais casos de amizades e também adoções animais