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Contra HIV, estudo cria camundongo com sistema imunológico humano

18 jul 2012 - 15h07
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Pesquisadores da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts implantaram elementos do sistema imunológico humano em um camundongo imunodeficiente. O objetivo é melhorar a pesquisa em busca de uma vacina contra a aids. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira em artigo na Science Translational Medicine.

Uma menina que nasceu com um cisto do tamanho de um melão na face se recuperou após cirurgia no Reino Unido. Segundo a mãe, Michaela Molyneux, 20 anos, os médicos chegaram a sugerir que ela interrompesse a gravidez porque a pequena Mia sofria riscos de ter sequelas para toda a vida, mas ela manteve a gestação
Uma menina que nasceu com um cisto do tamanho de um melão na face se recuperou após cirurgia no Reino Unido. Segundo a mãe, Michaela Molyneux, 20 anos, os médicos chegaram a sugerir que ela interrompesse a gravidez porque a pequena Mia sofria riscos de ter sequelas para toda a vida, mas ela manteve a gestação
Foto: The Grosby Group

Um dos problemas na busca de uma vacina contra o HIV é que o modelo animal não responde de maneira idêntica ao corpo humano. O modelo mais tradicional para pesquisa do HIV é o macaco-rhesus, que pode ser infectado pela aids símia, cujo vírus é chamado de SIV. Contudo, as diferenças entre os dois micro-organismos e entre o homem e o macaco impedem que as pesquisas sejam precisas.

Mas, com o novo camundongo, as duas universidades esperam conseguir prever a resposta do sistema imunológico e até como o vírus evoluiria em resposta a uma vacina. "Pela primeira vez, nós temos um modelo animal que reproduz fielmente as perigosas interações patógenos-hospedeiros, um modelo que vai ajudar facilitando o desenvolvimento de uma vacina contra o HIV", diz Todd Allen, um dos autores da pesquisa. Outros estudos, inclusive de Allen e sua equipe, indicam que o vírus consegue sobreviver a ataques do corpo através de rápidas mutações, e o camundongo pode ter um papel-chave exatamente ao mostrar que mutações o micro-organismo faria.

Os cientistas transplantaram células-tronco da medula óssea e outros tecidos humanos em um camundongo que tinha um sistema imunológico deficiente. Não é o primeiro roedor "humanizado" que já foi criado. Mas, para os pesquisadores, o novo animal é uma grande evolução.

"Ao contrário de camundongos normais, estes podem ser infectados com o HIV. Mas havia pouca evidência sobre a possibilidade deles reproduzirem as interações entre o HIV e o sistema imunológico humano, em especial sobre o desenvolvimento de respostas imunológicas que exerçam controle sobre o HIV ao mirar regiões críticas do vírus", diz Timothy Dudek, do Hospital Geral de Massachusetts (ligado a Harvard) e líder do estudo.

Seis semanas após modificarem os roedores, os cientistas infectaram eles com o vírus. Eles descobriram que o sistema imunológico responde como previsto e que o HIV tinha tido mutações de maneira similar ao que ocorre no corpo humano. "Atualmente, estamos estudando como podemos introduzir respostas específicas do sistema imunológico humano ao HIV nesses animais através de vacinação, o que poderia providencias um rápido, barato modelo para testar a habilidade de diferentes abordagens de vacinação para controlar ou até bloquear a infeção por HIV. Se nós conseguirmos isso, teremos uma poderosa ferramenta para acelerar o desenvolvimento de uma vacina (...) uma (ferramenta) que poderia ser usada até contra outros patógenos", diz Dudek.

Fonte: Terra
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