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Cientista brasileiro comemora descoberta de nova partícula

4 jul 2012 - 19h00
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O anúncio feito nesta quarta-feira, em Genebra, na Suíça, por cientistas do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês) da descoberta de uma nova partícula subatômica que pode ser o bóson de Higgs, também conhecido como "partícula de Deus", foi comemorado pelo pesquisador José Manoel Seixas, no Brasil. Os cientistas acreditam que o bóson de Higgs - elemento-chave da estrutura fundamental da matéria - tenha sido a base da formação do universo.

O CERN qualificou como um avanço "histórico" a descoberta de uma nova partícula consistente com o Bosón de Higgs, chave para entender a formação do Universo, mas alertou que ainda resta muito trabalho a ser feito
O CERN qualificou como um avanço "histórico" a descoberta de uma nova partícula consistente com o Bosón de Higgs, chave para entender a formação do Universo, mas alertou que ainda resta muito trabalho a ser feito
Foto: AFP

Professor do Programa de Engenharia Elétrica da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Seixas coordena a equipe brasileira que atua no detector Atlas, usado no maior acelerador de partículas do centro europeu, o Large Hadron Collider (LHC). O professor da Coppe trabalha no Cern desde 1988. O Atlas reúne cientistas de 85 países que procuram comprovar a existência do bóson de Higgs.

Seixas disse que a emoção que estava sentindo era semelhante "à emoção da torcida do Corinthians, se o time paulista, hoje, ganhar a Libertadores". Segundo o professor, tudo indica que foi encontrada uma nova partícula. Ressaltou, no entanto, que terão de ser feitas pesquisas adicionais para comprovar "se é o bóson de Higgs, previsto no modelo padrão, ou alguma coisa mais sofisticada, que a gente não conhece. É o que a gente chama de uma partícula exótica".

Na avaliação de Seixas, os novos estudos poderão comprovar uma teoria que já está bem alicerçada ou identificar uma nova partícula que abre um mundo novo, para o qual a ciência já tem modelos, mas que ainda não conhece adequadamente. "Essa partícula resolve de maneira bastante elegante essa questão que era enigmática para a ciência: por que as partículas têm diferente massa? Ela dá uma explicação para isso. E isso tem uma importância grande no entendimento da estrutura da matéria e, também, no alicerçamento do modelo padrão, que vem sendo considerado, intelectualmente, o maior produto que o homem já produziu".

O cientista acrescentou que, na prática, o acelerador do Cern deverá mostrar mais coisas, além do bóson de Higgs. Como o acelerador de partículas do Cern, segundo ele, está tendo um desempenho "espetacular", acredita-se que até o fim do ano as medidas adicionais vão definir que partícula é esta. "Mas, é uma excitação muito grande, porque a gente achou uma partícula nova, com muita massa. E se não for o bóson de Higgs, vai animar muito os físicos".

Agência Brasil Agência Brasil
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