Telescópios de raio-X registram núcleo de estrela em nascimento
Telescópios de raio-X registram núcleo de estrela em nascimento
4 jul2012 - 18h24
(atualizado às 18h48)
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A visão de raio-X de três telescópios espaciais ajudaram a compreender o comportamento de uma jovem estrela semelhante ao Sol. Girando em alta velocidade e cuspindo plasma fervente, a Ori V1647 reside a 1,3 mil anos-luz, na nebulosa de McNeil. Os telescópios XMM-Newton, da ESA, o Chandra, da Nasa, e o Suzaku, do Japão, colheram dados que lançaram nova luz em uma das mais fundamentais questões da astronomia - como nascem as estrelas como o nosso Sol?
Esse tipo de estrela se forma a partir de nuvens de gás e poeira, que entram em colapso sob a gravidade e desenvolvem uma protoestrela densa em seu centro, rodeada por um disco em órbita de gás e poeira. A protoestrela continua crescendo como material no disco, que vai se dirigindo ao centro e cai sobre a estrela recém-nascida em milhares de km por segundo. Porém, em vez de cair na protoestrela, uma pequena fração do material é ejetada na forma de jatos em alta velocidade que emanam dos polos norte e sul da estrela. Esses jatos são altamente variáveis, apontando para a existência de atividade energética nas regiões interiores.
O raio-X, no entanto, pode penetrar nessa região densa. Monitorando as variações na intensidade da emissão dos raios para a Ori V1647, os astrônomos puderam deduzir o que está acontecendo atrás do disco que contorna a estrela. A primeira observação da Ori durou de 2003 a 2006, e a segunda começou em 2008.
Durante as explosões, a estrela mostra um crescimento mais rápido de massa, o que significa um aumento na emissão de raios-X e na temperatura, que chega a 50 milhões de ºC. "Nós achamos que a atividade magnética em torno ou na própria superfície estelar cria o plasma super-quente", diz Kenji Hamaguchi, principal autor do trabalho publicado no Astrophysical Journal. Esse comportamento pode ser sustentado pela constância de giros, quebras e reconexões de campos magnéticos que ligam a estrela e o disco, mas que rodam em velocidades diferentes. "A atividade magnética na superfície solar pode ser causada pela agregação de material", completa o pesquisador.
Além disso, descobriu-se que outra variação na emissão de raios-X se repete regularmente, com um período de cerca de um dia. Para uma estrela do tamanho da Ori, isso significa que ela esta girando tão rápido quanto é possível sem se partir em pedaços. Ao mesmo tempo, a matéria cai sobre a estrela formando pontos quentes em lado opostos da superfície. O ritmo das emissões de raio-X desde 2004 sugerem que, apesar do comportamento caótico, a configuração em larga escala do sistema estrela-disco se manteve estável.
Vênus transita na frente do Sol em 2004, última vez que o fenômeno ocorreu. Na terça-feira, o fenômeno ocorre novamente. Quem perder poderá ver de novo se sobreviver até 2117. Veja a seguir imagens deste e de outros trânsitos no Sistema Solar
Foto: Nasa / Divulgação
Satélite registra a lua Io transitar em frente a Júpiter
Foto: Nasa / Divulgação
Do ponto de visto do satélite Stereo-B, a Lua transita em frente ao Sol. O equipamento está a cerca de 1,6 milhão de km da Terra, o que significa que ele está 4,4 vezes mais longe da Lua do que nós e, portanto, ela parece 4,4 vezes menor. O registro, feito em 2006, só foi possível devido a um desvio feito na órbita de Stereo-B
Foto: Nasa / Divulgação
Da Terra, fotógrafo registra o momento exato em que a Estação Espacial Internacional passa em frente ao Sol. O trânsito é o momento em que um corpo passa em frente ao outro do ponto de vista do observador
Foto: Nasa / Divulgação
Mosaico mostra o fenômeno, mas desta vez é Mercúrio que passa pela frente da nossa estrela
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem de 2009 mostra o agora aposentado ônibus espacial Atlantis
Foto: Nasa / Divulgação
O pequeno pontinho escuro na imagem é Mercúrio. Este registro foi feito por um astrônomo no Texas
Foto: Nasa / Divulgação
Mercúrio e Vênus são os únicos planetas que vemos transitar o Sol - afinal, são os únicos que existem entre nós e nossa estrela
Foto: Nasa / Divulgação
Os trânsitos já foram utilizados para medir a distância da Terra ao Sol e o tamanho dos planetas. Hoje, o fenômeno é usado para descobrir exoplanetas (aqueles fora do Sistema Solar) - quando um deles passa em frente à sua estrela, ele causa mudança no brilho desta, e é quando os astrônomos descobrem que há algo lá. A imagem é uma ilustração do evento
Foto: Nasa / Divulgação
Filtro especial é usado para registrar o trânsito de Vênus em frente ao Sol, em Israel, em 2004. Na próxima terça-feira o evento ocorre novamente e quem perder este terá que viver até 2117 para ver de novo. Veja a seguir demais fotos do fenômeno quando ocorreu há oito anos
Foto: Getty Images
Pessoas acompanham o trânsito de Vênus em Nova York
Foto: Getty Images
O intervalo entre um trânsito de Vênus e outro ocorre em períodos curtos ou muito longos
Foto: Getty Images
Contudo, neste ano, no Brasil só poderão acompanhar o evento astronômico moradores do Acre, oeste do Amazonas e Roraima
Foto: Getty Images
Se você for ver o trânsito, lembre-se de nunca olhar diretamente para o Sol
Foto: Getty Images
Existem duas formas mais comuns e seguras de acompanhar o fenômeno: com o uso de filtro astronômico ou projetando a imagem feita por um telescópio em uma superfície branca
Foto: Getty Images
Até mesmo câmeras digitais comuns podem ficar danificadas se o sensor for exposto diretamente ao Sol - além de não registrarem nada
Foto: Getty Images
É possível ver o fenômeno sem telescópio, mas vai ser difícil. O ideal é ter pelo menos um binóculo - sempre com filtro especial
Foto: Getty Images
Este mosaico é feito com imagens do observatório de Greenwich, no Reino Unido
Foto: Getty Images
Os cuidados para ver um trânsito são os mesmos de um eclipse
Foto: Getty Images
O trânsito de Vênus já foi usado para se medir o tamanho desse planeta e a distância média da Terra ao Sol
Foto: Getty Images
Contudo, hoje já existem métodos mais modernos e o evento virou mais uma curiosidade - mas os astrônomos estão de olho, afinal, nunca se sabe se algo novo pode vir do fenômeno
Foto: Getty Images
Astrônomo amador usa o método da projeção
Foto: Getty Images
Um telescópio do Observatório Las Palmas, nas Canárias, fez este registro que é tão preciso que mostra até a atmosfera de Vênus
Foto: D. Kiselman, et al. (Inst. for Solar Physics)/Royal Swedish Academy of Sciences/Nasa / Divulgação
Este registro foi feito pelo astrônomo alemão Stefan Seip
Foto: Stefan Seip/Nasa / Divulgação
Este registro é do satélite Trace, da Nasa. O último trânsito de Vênus antes de 2004 havia ocorrido em 1882. Leia mais