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Estudo brasileiro indica que hormônio melatonina inibe câncer

Estudo brasileiro indica que hormônio melatonina inibe câncer

27 jun 2012 - 14h57
(atualizado às 20h40)
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Laís Machado
Direto de São José do Rio Preto

Um grupo de pesquisadores do programa de pós-graduação em genética da Unesp de São José do Rio Preto (SP) divulgou, na última segunda-feira, um estudo que indica que a melatonina, hormônio secretado pela glândula pineal, diminui a viabilidade das células mamárias neoplásicas, aquelas que causam tumores.

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No Laboratório de Investigação Molecular do Câncer (LIMC) da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, os pesquisadores cultivaram células de fragmentos tumorais de mama de cadelas e de linhagens tumorais de câncer de mama humano, tratadas com melatonina.

"A melatonina é um hormônio produzido naturalmente no organismo, mas verificou-se que em determinadas fases de nossas vidas produzimos menos e se tomássemos doses dela ela teria uma ação importante em vários sistemas, inclusive impedindo que estes vasos se formassem no tumor. O resultado disso é a diminuição do crescimento tumoral e até a regressão do tumor, importantíssimo como alternativa terapêutica", explica a professora Débora Zuccari, coordenadora do grupo de pesquisa.

Este experimento já vem sendo testado em vários tipos de câncer, mas o estudo relacionado com a formação de vasos (angiogênese) e tumor de mama é inédito.

O tumor cresce de forma descoordenada e rápida e as células precisam de oxigênio para produzir energia senão elas morrem. As células tumorais sentem que tem pouco oxigênio e ativam genes que estimulam células a construir novos vasos para que o sangue traga oxigênio até elas. A partir desta descoberta, as pesquisas focaram em tentar impedir que os vasos sejam formados, para o tumor morrer.

Débora diz que a utilização do agente seria como hormônio-terapia, do mesmo modo que se faz a reposição hormonal em mulheres na menopausa ou como o uso de contraceptivos hormonais, em que a mulher toma doses diárias de hormônios que irão atuar em seu organismo.

Ainda não é possível prever daqui a quanto tempo esse método poderá ser utilizado em pacientes portadoras de câncer de mama, já que antes é necessário a realização de pesquisas clínicas em humanos para a confirmação da eficácia e adequação da dose.

"Os testes em pessoas seguem trâmites muito rígidos e precisam ser estabelecidos primeiro em animais. Dependendo dos resultados dos trabalhos inicia-se esta fase da pesquisa", conclui a pesquisadora.

Fonte: Especial para Terra
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