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Estudo identifica as trilhões de bactérias que habitam nosso corpo

13 jun 2012 - 16h17
(atualizado às 16h46)
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Um grupo de cientistas anunciou nesta quarta-feira a identificação do microbioma humano, ou seja, os trilhões de bactérias e vírus que povoam as diferentes partes do corpo, e seus genomas, e elaboraram o mapa com sua localização.

O Projeto do Microbioma Humano, da agência Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (em inglês NIH), anunciou os resultados da pesquisa em uma teleconferência de imprensa simultânea à publicação de vários artigos nas revistas Nature e Public Library of Sciences (PLoS).

No projeto, participaram quase 80 instituições de pesquisa multidisciplinar que trabalharam durante cinco anos com um subsídio de US$ 153 milhões do Fundo Comum do NIH. O corpo humano adulto e saudável abriga 10 vezes mais micróbios que células humanas e esse contingente inclui arqueobacterias, vírus, bactérias e micróbios eucarióticos, cujo genoma combinado é muito maior que o genoma humano. O microbioma é a totalidade dos micróbios e seus elementos genéticos, e as interações ambientais em um contexto particular.

"Como os exploradores do século XV que descreviam os contornos de um continente recém descoberto, os pesquisadores deste projeto empregaram uma nova estratégia tecnológica para definir integralmente, pela primeira vez, o panorama microbial normal do organismo humano", disse o diretor do NIH, Francis Collins.

Para definir o microbioma humano normal, o grupo estudou 242 voluntários saudáveis (129 homens e 113 mulheres), dos quais obtiveram tecidos de 15 lugares no corpo masculino e de 18 no corpo feminino. Foram tomadas até três amostras de cada voluntário em lugares tais como vagina, boca, nariz, pele e intestino.

Os artigos publicados proporcionam um panorama integral da diversidade dos micróbios em 18 lugares diferentes do corpo humano. Isto inclui genomas de referência de milhares de micróbios cultivados relacionados com o anfitrião através de 3,5 terabases de sequências metagenômicas, conjuntos e reconstruções metabólicas, e um catálogo de mais de 5 milhões de genes de micróbios.

Os estudos incluem a descrição de mudanças na composição de várias comunidades microbiais em relação às condições específicas, por exemplo, o microbioma dos intestinos e a doença de Crohn, a colite ulcerosa e o adenocarcinona de esôfago.

Outro estudo se refere ao microbioma da pele e sua relação com a psoríase, a dermatite atópica e a imunodeficiência. Há também um artigo que se refere ao microbioma urogenital e sua vinculação com a história reprodutiva e sexual.

De acordo com a gerente do programa, Lita Proctor, os humanos não têm todas as enzimas necessárias para digerir nossa própria dieta. "Os micróbios em nosso corpo decompõem grande parte das proteínas, lipídios e carboidratos da dieta e os transformam em nutrientes que podemos absorver".

Além disso, Lita destacou que os micróbios produzem compostos beneficentes como as vitaminas e os antiinflamatórios que nosso próprio genoma não pode produzir.

O jovem, contudo, enfrenta uma jornada para ter uma vida normal
O jovem, contudo, enfrenta uma jornada para ter uma vida normal
Foto: The Grosby Group
EFE   
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