'Monstro' marinho sofria de artrite há 150 milhões de anos
15 mai2012 - 21h10
(atualizado às 22h01)
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Pesquisa de paleontólogos da Universidade inglesa de Bristol indica que, como os humanos de idade avançada, os répteis gigantes do período jurássico superior também sofriam de artrites há 150 milhões de anos. A pesquisa, que será publicada na quarta-feira na revista Palaeontology, foi feita a partir do fóssil de um crânio de 1,7 m de comprimento de um pliossauro fêmea que habitou as águas há 150 milhões de anos e foi encontrado no sudeste da Inglaterra.
O estudo indica que a mandíbula do réptil marinho apresenta claros sinais de artrite, doença degenerativa das articulações que seguramente provocou sua morte. Os pliossauros, predadores eficazes que podiam medir mais de 8 m de comprimento, tinham uma cabeça parecida com a dos crocodilos atuais, pescoço curto, corpo similar ao de uma baleia e quatro poderosas barbatanas para se movimentarem na água.
De acordo com os pesquisadores, a artrite provocou o deslocamento de partes da mandíbula do animal. Os paleontólogos acreditam que o pliossauro sofreu da doença durante anos, já que encontraram impactos dos dentes da mandíbula superior marcados sobre a inferior, provocados provavelmente durante o processo de alimentação.
"Da mesma forma que os humanos que envelhecem desenvolvem artrite nos quadris, esta velha senhora desenvolveu a doença na mandíbula e chegou a sobreviver com esta incapacidade durante um tempo", explica uma dos autoras do estudo, a paleontóloga Judyth Sassoon. Em último caso, a erosão dos ossos teria provocado a "ruptura da mandíbula", fazendo com que o pliossauro "não tivesse como se alimentar e, provavelmente, essa situação o teria levado à morte", acrescenta a pesquisadora.
Em 2011, a paleontologia teve um ano cheio. Espécies novas foram descobertas em vários pontos do planeta. De um ser minúsculo - e completamente desconhecido - que teria dado origem às aranhas, ao maior dinossauro carnívoro do Brasil. Além disso, cientistas estudaram fósseis já conhecidos - e chegaram a conclusões impressionantes. Veja a seguir algumas das principais descobertas da paleontologia em 2011
Foto: AFP/Ulbra/Divulgação / AP
Em fevereiro, pesquisadores chineses informaram a descoberta do fóssil de um ser que viveu há 520 milhões de anos. O estranho animal de 6 cm de comprimento pode ser o mais antigo antepassado conhecido das aranhas.Leia mais
Foto: EFE
A Argentina mostrou em março uma nova espécie de dinossauro descoberta na Patagônia. A espécie até então desconhecida teria levado ao surgimento dos herbívoros gigantes. Leia mais
Foto: AFP
Pesquisadores da UFRJ anunciaram em março a descoberta de um dinossauro que teria até 14 m e 7 t, seria o maior desses carnívoros a existir no que hoje é o Brasil. Leia mais
Foto: Museu Nacional / Divulgação
Ainda no Brasil e também em março, pesquisadores descobriram no Rio Grande do Sul um herbívoro com dentes de sabre. Leia mais
Foto: Ufrgs / Divulgação
Nos Estados Unidos, cientistas da universidade de Harvard descobriram um fóssil de 315 milhões de anos que mostra em detalhes um inseto da época. Na verdade, o inseto não foi fossilizado, ele pousou na lama, deixando sua marca, e ela virou pedra. Leia mais
Foto: The New York Times
Na Alemanha, paleontólogos divulgaram em maio um fóssil de um lagarto que parece ser um estágio intermediário entre o lagarto comum e o lagarto sem pernas. Leia mais
Foto: Nicola Wong Ken / Divulgação
Em agosto, cientistas anunciaram nos Estados unidos a descoberta de um fóssil de 78 milhões de anos de um plessiossauro com um embrião no seu interior. A descoberta é a primeira evidência de que esse réptil marinho dava à luz suas crias, ao invés de pôr ovos. Leia mais
Foto: AP
A revista especializada Science divulgou em setembro imagens de estruturas primitivas que teriam levado ao surgimento das penas. As chamadas protopenas (ou "dinoplumas") ficaram conservadas em âmbar. Leia mais
Foto: AP
Em Paris, paleontólogos apresentaram em setembro uma espécie de primata que teria vivido há 20 milhões de anos. O ser, descoberto em Uganda, seria um "primo" distante da Hominidae (família que inclui o ser humano e o chimpanzé, por exemplo).Leia mais
Foto: AFP
Um estudo da Universidade de Alberta (Canadá) indica que o carnotaurus, dinossauro carnívoro que habitava a América do Sul, era muito mais mortífero do que se acreditava. A pesquisa detalhada dos fósseis descobriu estruturas que conferiam mais velocidade e força do que se imaginava.Leia mais
Foto: Julian Fong / Divulgação
No Rio Grande do Sul, pesquisadores anunciaram em novembro o resultado de uma pesquisa feita em um fóssil descoberto em 2004. Os cientistas deram à nova espécie o nome de Pampadromaeus barberenai e chegaram à conclusão que o dinossauro teria cerca de 228 milhões de anos e era coberto por penas. Leia mais
Foto: Gabriel de Mello/Ulbra / Divulgação
Novamente no Rio Grande do Sul, pesquisadores divulgaram em dezembro a descoberta de um herbívoro que teria cerca de 1 t e 2 m. Leia mais
Foto: Maieve Soares/Prefeitura de Candelária / Divulgação