Alteração em enzima pode aumentar imunidade de células humanas
10 mai2012 - 14h41
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Novos resultados de uma pesquisa realizada na Estação Espacial Internacional estão dando algumas pistas sobre por que o sistema imunológico dos astronautas não funciona tão bem no espaço. Na Terra, as descobertas podem beneficiar os idosos.
Astronautas sofrem muitos tipos de estresse se adaptando à falta de gravidade. Há anos cientistas já sabem que o sistema imunológico dos astronautas não funciona bem no espaço, e tentar encontrar um motivo para isso é um dos motores da investigação espacial.
Pesquisadores da Universidade de Teramo, o Centro Europeu para Pesquisa do Cérebro e a Fundação Santa Lucia descobriram que uma enzima em particular, chamada 5-LOX, se torna mais ativa com a falta de gravidade.
A 5-LOX, em parte, regula a expectativa de vida das células humanas. A maior parte delas divide-se e regenera-se, mas o número de vezes que isso acontece é limitado.
Uma alteração na 5-LOX poderia afetar a saúde dos astronautas no espaço? Para descobrir, os cientistas tiveram de testar sua teoria no único laboratório em que se pode "desligar" a gravidade: A Estação Espacial Internacional.
Amostras
Amostras de sangue de dois doadores saudáveis foram enviados para o posto orbital. Uma parte foi exposta à ausência de gravidade por dois dias, enquanto a outra foi mantida em uma pequena centrífuga para simular a gravidade da Terra. As amostras foram congeladas e enviadas de volta à Terra para análise.
Como previsto, as amostras "sem gravidade" demonstraram uma atividade maior da 5-LOX do que as mantidas na centrífuga ou do que as que permaneceram na Terra.
"Nós agora temos uma enzima alvo, que pode ter um papel importante no enfraquecimento do sistema imunológico", explica o professor Mauro Maccarrone, da Universidade de Teramo. "A enzima 5-LOX pode ser bloqueada com drogas já existentes, então o uso destas descobertas para melhorar a saúde das pessoas é uma realidade próxima", complementa.
A pesquisa em torno da 5-LOX e compostos relacionados a ela continua. O experimento de acompanhamento voltou a terra na semana passada, em uma cápsula da Soyuz com a tripulação da Expedição 30. Cientistas vão procurar por outras mudanças nas células para compreender seu funcionamento completo.
Limitar a atividade biológica dos sinais celulares, tais como os controlados pela 5-LOX podem até atrasar o processo de envelhecimento. Essas descobertas estão sendo compartilhadas com a comunidade científica, especialmente pesquisadores que estudam deficiências imunológicas. Há chances de que pessoas idosas também possam se beneficiar deste campo de investigação.
A cena do filme "Planeta dos Macacos: A Origem" mostra o chimpanzé Caesar, cuja história fictícia representa uma discussão real do mundo científico.
Foto: Twentieth Century Fox / AP
A ovelha Dolly foi o primeiro animal a ser clonado, em 1996. Apesar de clones não serem animais híbridos, o procedimento foi um grande avanço nas técnicas de engenharia genética
Foto: AFP
A clonagem se tornou um procedimento quase comum. Na Coréia do Sul, policiais trabalham com cães farejadores clonados. Dos sete animais, seis têm o código genético idêntico.
Foto: AFP
Também a Coréia do Sul foi o primeiro país a comercializar clones. Bernann McKinney, da Califórnia, comprou um clone de seu cachorro que havia morrido.
Foto: AFP
Na China, a clonagem de porcos é amplamente aceita. A imagem mostra clones recém nascidos.
Foto: AFP
Porcos também foram usados nos Estados Unidos na criação de uma quimera. Cientistas criaram um porco com sangue humanos nas veias.
Foto: AFP
Cientistas australianas implantaram células humanas da próstata em camundongos para estudar tratamentos contra o câncer de próstata. O procedimento ocorreu em 2006 e foi o primeiro do tipo.
Foto: AFP
Pesquisadores da Argentina criaram, em 2008, uma vaca transgênica cujo leite contém a proteína humana do crescimento. A substância produzida por vacas tem sido usada em tratamentos do nanismo.
Foto: AP
O primeiro camundongo transgênico brasileiro foi criado em 2001 na USP.
Foto: USP / Divulgação
Quase ao mesmo tempo, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) criou seu próprio camundongo transgênico.
Foto: Unifesp / Divulgação
Nos Estados Unidos, diversos camundongos com fígados parcialmente humanos já foram criados. Cientistas britânicos esperam, em breve, criar um animal com um fígado feito apenas de células humanas.
Foto: National Institute of Health / Divulgação
Cientistas britânicos vêm criando embriões de vacas com células humanas na esperança de criar um grupo de células-tronco que poderão ser usados no tratamento do Mal de Parkinson. Os embriões são destruídos poucos dias após serem criados.
Foto: National Institute of Health / Divulgação
O cientista Irving Weissman recentemente anunciou a criação de um camundongo cujo cérebro tem 15% de células humanas. Ele espera estudar doenças neurológicas e afirma que, se o cérebro apresentar funcionamento similar ao humano, a pesquisa será abandonada.
Foto: Montana State University / Divulgação
O uso de animais em laboratório não é totalmente aceito. Ativistas dos direitos dos animais defendem o uso de meios alternativos - como simulações de computador - para realizar pesquisas médicas. A imagem mostra uma manifestação na Índia, em 2008.