Observatório registra imagem de estrelas de 10 bilhões de anos
9 mai2012 - 08h27
(atualizado às 08h29)
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O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) divulgou nesta quarta-feira uma nova imagem do aglomerado de estrelas Messier 55 feita com o telescópio de rastreio em infravermelho Vista. Este aglomerado globular tem alguns dos mais antigos astros do universo - com mais de 10 bilhões de anos - e, por isso, é objeto de estudo dos astrônomos.
Messier 55 tem cerca de 100 mil estrelas em um espaço relativamente pequeno - cerca de 25 vezes a distância entre o Sol e nossa vizinha mais próxima - Alfa Centauro. Somente na Via Láctea, existem cerca de 160 desses grupos, mas galáxias maiores podem ter milhares. Observações indicam que as estrelas de um aglomerado globular se formam mais ou menos ao mesmo tempo e da mesma nuvem de gás.
Como estavam no "início" do universo, esses astros são basicamente formadas pelo mais simples dos elementos, o hidrogênio, com um pouco de hélio e, em quantidade ainda menor, oxigênio, hidrogênio e outros. O Sol é bem mais novo, com 4,6 bilhões de anos, e se formou em uma nuvem de gás mais rica em elementos pesados - o que reflete na variedade deles encontrada no Sistema Solar - criados pelas estrelas mais antigas.
Situado a 17 mil anos-luz da Terra, Messier 55 pode ser visto com um pequeno telescópio na constelação de Sagitário.
A figura acima mostra uma parte da mais ampla imagem profunda do céu já feita utilizando radiação infravermelha. Obtida pelo telescópio VISTA no Observatório Paranal do ESO, no Chile, a imagem mostra a região conhecida como campo COSMOS, na constelação do Sextante
Foto: ESO / Divulgação
A figura foi criada combinando mais de 6000 imagens individuais do telescópio de rastreio
Foto: ESO / Divulgação
Esta imagem de campo amplo em luz visível da região ao redor do campo COSMOS foi criada a partir de fotografias do Digitized Sky Survey 2 tiradas nos filtros azul e vermelho. A extensão do campo, uma das regiões do céu mais estudadas com telescópios em solo e no espaço, está indicada por um quadrado azul. O campo de visão total desta imagem é de aproximadamente 3,3 graus
Foto: ESO / Divulgação
A cúpula do telescópio VISTA no Observatório Paranal, no Chile
Foto: ESO / Divulgação
Desde que começou as operações em 2009, a maior parte do tempo de observação do telescópio tem sido dedicado a rastreio públicos, alguns cobrindo grandes zonas do céu austral e outros focando-se em áreas menores. Esta imagem foi o primeira a ser lançado publicamente e mostra a região de formação estelar conhecida como a Nebulosa da Chama, ou NGC 2024, na constelação de Orion e seus arredores
Foto: ESO / Divulgação
Esta carta celeste mostra a localização do campo COSMOS na constelação do Sextante. O mapa mostra a maioria das estrelas visíveis a olho nu sob boas condições, e o campo é indicado por um quadrado azul. Através de um telescópio pequeno, não se pode ver nada além de algumas estrelas fracas, mas esta pequena porção do céu foi estudada detalhadamente por telescópios em solo e no espaço