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Estudo: antirretrovirais preventivos reduzem propagação da Aids

Estudo: Antirretrovirais preventivos reduzem propagação da Aids

16 abr 2012 - 19h35
(atualizado às 20h07)
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Oferecer tratamento antirretroviral de forma preventiva a pessoas com alto risco de se infectar com o vírus da Aids é viável e reduz significativamente a propagação da infecção, apontou um estudo divulgado nesta segunda-feira nos Estados Unidos. Os autores da pesquisa, publicada na revista Annals of Internal Medicine, analisaram o custo/benefício da combinação de antirretrovirais tenofovir-emtricitabina, apresentado como um comprimido da marca Truvada.

A eficácia preventiva deste coquetel ficou em evidência após testes clínicos publicados em 2010 na revista New England Journal of Medicine. A Truvada reduziu o risco de infecção pelo vírus responsável pela Aids, o HIV, em 44% entre os participantes que o tomaram de forma mais ou menos cotidiana, segundo os pesquisadores da Universidade de Stanford, Califórnia. Entre os que tomaram a medicação todos os dias sem exceção, o risco de contágio reduziu-se em 73%, segundo o teste clínico.

Os pesquisadores analisaram posteriormente a rentabilidade de prescrever o Truvada diariamente a grandes populações, usando uma técnica conhecida como profilaxis pré-exposição ao HIV. Os cientistas desenvolveram um modelo econômico centrado em homossexuais com vários parceiros, grupo que representa mais da metade das novas infecções por Aids a cada ano nos Estados Unidos.

Os especialistas levaram em conta os US$ 26 diários de Truvada (cerca de US$ 10 mil anuais), assim como os gastos com visitas médicas e monitoramento da função renal afetada por estes antirretrovirais e de revisão periódica da Aids e outras doenças de transmissão sexual.

Sem um tratamento preventivo com estes antirretrovirais, calcula-se que haveria mais de 490 mil novas infecções entre a população homossexual nos Estados Unidos nos próximos 20 anos. Se apenas 20% desses homens seguissem o tratamento diariamente, haveria quase 63.000 novas infecções a menos no mesmo período.

No entanto, como os custos continuam sendo muito altos, os autores do estudo aplicaram seu modelo a 20% dos homossexuais com vários parceiros sexuais. Nesta última hipótese, a terapia preventiva com Truvada evitaria 41 mil novas infecções em um período de 20 anos a um custo total de US$ 16,6 bilhões, ou US$ 830 milhões por ano, o que segundo os pesquisadores seria economicamente viável.

Nos Estados Unidos, foram registradas cerca de 50 mil novas infecções anuais por HIV de 2006 a 2009 e cerca de 16 mil americanos morreram a cada ano durante este período, segundo os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC).

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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