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Nicolelis: "devemos pensar que o impossível é possível"

27 mar 2012 - 12h05
(atualizado às 14h40)
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O médico e cientista brasileiro Miguel Nicolelis, diretor do laboratório de neuroengenharia da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, participou nesta terça do Think Infinitive with Google 2012, em São Paulo, onde falou sobre a pesquisa a respeito de controles do cérebro que podem ser alcançados sem o movimento motor. "Devemos pensar que o impossível é possível, o que importa é mirar nas estrelas, pois é lá que o impossível reside. E com esta mentalidade, o impossível vira factível", completa.

Durante a palestra, Nicolelis falou da "libertação do cérebro dos limites físicos", citando a experiência em que uma macaca nos Estados Unidos enviou sinais cerebrais para um robô no Japão através de uma rede de internet especial, não disponível ao público. "Foi a primeira vez na história em que o cérebro se libertou dos limites do corpo", relembra.

Na ocasião, uma equipe colocou a macaca Aurora em uma esteira, onde seus impulsos elétricos, enquanto caminhava, eram enviados a um robô em um laboratório no Japão. Este robô se tornou uma espécie de "avatar" do animal, que o controlava à distância.

Considerado um dos 20 cientistas mais influentes do mundo, Nicolelis acredita que no futuro as pessoas terão uma completa e diferente interação com as máquinas. Tudo o que controlamos com o corpo será controlado pela mente.

É com base nessa crença que o brasileiro desenvolve suas pesquisas, procurando encontrar um meio de fazer com que pacientes com lesão na medula espinhal, por exemplo, voltem a realizar movimentos. "Nossa solução para eles é criar um by-pass, um desvio computacional, onde os sinais do cérebro podem ser registrados em tempo integral e enviados para um novo corpo, uma vest robótica, que será usada pelo paciente para que sua mente possa controlar os movimentos e permitir que ele possa ter a capacidade de codificar a intenção de descobrir novos movimentos", diz.

Esta "roupa" especial, chamada de exoesqueleto, é um equipamento que permite às pessoas se movimentarem com a força do pensamento. O material já foi criado na Alemanha e está sendo aperfeiçoado por mais de 100 pesquisadores de três diferentes continentes. A intenção é que tudo esteja pronto até a abertura da Copa do Mundo de 2014. "Queremos mostrar ao mundo que, no país do futebol, a Copa pode ser aberta com um chute da ciência brasileira", diz o cientista.

Fonte: Terra
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