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Experimento que questionou Einstein pode ter erros técnicos

23 fev 2012 - 11h50
(atualizado às 14h50)
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Os resultados do estudo que questionou a Teoria da Relatividade de Albert Einstein podem ter sido produzidos por uma série de problemas técnicos nos aparelhos segundo os quais os neutrinos viajam mais rápido do que a luz, explicaram nesta quinta-feira os responsáveis pelo experimento Opera. Os cientistas indicaram nesta quinta-feira no Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN, na sigla em francês) que uma má conexão de um cabo de fibra ótica e a sincronização incorreta entre dois cronômetros explicariam os resultados que surpreenderam os cientistas.

Cern divulgou representação de sinal da existência do bóson de Higgs
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Foto: AFP

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A revista Science antecipou na quarta-feira em seu site, citando fontes do estudo, a possibilidade de que vários problemas técnicos tenham influenciado nos resultados, que indicaram que os neutrinos viajam mais rápido do que a luz. A pesquisa consistiu em lançar feixes dessa partícula subatômica através da terra a partir do CERN, em Genebra, até o laboratório italiano de Gran Sasso, situado a 730 km de distância, com o qual foi obtida em repetidas ocasiões uma conclusão surpreendente: os neutrinos chegavam 60 nanosegundos antes da luz.

Os resultados colocaram em xeque a Teoria da Relatividade de Einstein, aceita universalmente e que estabelece que não existe nada que possa viajar mais rápido do que a luz. O porta-voz do CERN, James Gillies, explicou nesta quinta à Agência Efe que o Opera avisou na quarta aos laboratórios ligados à pesquisa que haviam detectado dois problemas técnicos que podiam ter alterado os resultados obtidos até agora.

O primeiro foi originado por uma conexão defeituosa no cabo de fibra ótica que liga o relógio central do experimento com o GPS exterior. Já o segundo foi um erro na frequência do oscilador do cronômetro interno do experimento. Esses dois erros produzem efeitos opostos: enquanto o ajuste do cabo pode provocar um aumento na velocidade dos neutrinos, a correção da frequência pode diminuí-la.

Antes de ser descoberto o equívoco, estava prevista a repetição dos experimentos no mês de maio. No entanto, Gillies destacou que essa data provavelmente será alterada e as pesquisas serão retomadas assim que os erros forem reparados. "A única maneira de poder descobrir a verdade é refazer os experimentos, enviando novos feixes de neutrinos do CERN", acrescentou Gillies.

Desde os primeiros resultados desse trabalho, os próprios cientistas envolvidos nele assumiram a excepcionalidade das medições e se mostraram cautelosos em antecipar a possibilidade de uma mudança nas leis físicas que imperam até o momento.

EFE   
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