Pesca pode matar últimos 100 golfinhos de subespécie
16 fev2012 - 10h01
(atualizado às 10h51)
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Os últimos 100 golfinhos de Maui, os menores desse animal marinho, correm risco de extinção pela atividade pesqueira na Ilha do Norte da Nova Zelândia, seu único habitat na Terra. O Cephalorhynchus hectori maui está incluído na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) das espécies em risco crítico de extinção, e calcula-se que podem desaparecer em poucas décadas caso não sejam adotadas medidas urgentes.
"Não podemos cometer mais nenhum erro. Devemos acabar com todas as ameaças ao seu habitat para que a população se estabilize e se recupere", declarou à agência EFE a diretora do programa Marinho da organização WWF, Rebecca Bird.
O habitat desta subespécie fica próximo ao litoral oriental da Ilha do Norte neozelandesa, onde podem ser vistos exemplares na desembocadura dos rios e em baías com uma profundidade de 20 m e a uma distância de 10 km do litoral.
Embora seu predador natural seja o tubarão, o maior inimigo do golfinho de Maui é o homem, que quase acabou com sua população pela pesca, a mineração, o desenvolvimento litorâneo, a poluição e a mudança climática, entre outros fatores.
Produtos químicos como o DDT e metais pesados jogados ao mar são potencialmente perigosos para a reprodução, e as substâncias que são derramadas pelos navios petroleiros causam câncer nestes mamíferos marinhos, afirmou Rebecca. Mas a maior causa de morte são as redes de pesca onde eles ficam presos sem poder emergir à superfície para respirar.
Os filhotes, que têm o tamanho de um gato, morrem pelos ferimentos causados pelas hélices dos navios. Por todos esses motivos, os ecologistas querem que as redes de pesca sejam retiradas do habitat do golfinho de Maui, porém Rebecca ressaltou que sua organização não exige que os pescadores parem de trabalhar, apenas que mudem seus métodos.
O golfinho de Maui, chamado pelos maoris de "Tutumairekurai" ("morador do mar"), é considerado raro pelos especialistas por causa de seu pouco número de indivíduos e por ser o menor dentro da família dos golfinhos marinhos.
Estes cetáceos medem até 1,4 m de comprimento, têm uma nadadeira arredondada, seu focinho é curto e apresentam marcas parecidas com as do urso panda, como "uma máscara negra", descreveu Rebecca. Eles vivem em comunidades, e os adultos passam a maior parte do tempo comendo peixes e lulas, que localizam emitindo sons de alta frequência que ecoam nos objetos e animais ao seu redor.
Os mais jovens brincam com as algas, fazem bolhas no mar, piruetas ou simplesmente perseguem-se ou brigam com outros companheiros, criando um espetáculo para os turistas da região. Sua expectativa de vida é de 20 anos, e eles atingem a maturidade sexual a partir dos sete. Os nascimentos acontecem de dois a quatro anos, o que dificulta o repovoamento da espécie para evitar a extinção.
O golfinho de Maui é uma subespécie do golfinho de Hector, que vive próximo à Ilha do Sul neozelandesa, e acredita-se que esteve isolado por milhares de anos até se diferenciar na atualidade por seus traços físicos e genéticos.
O nome deste animal vem de uma lenda sobre o deus maori Maui, que pescou um peixe muito forte na Ilha do Sul e fez dele sua canoa. Ao morrer, o peixe se transformou em terra e renasceu sob a forma da Ilha do Norte da Nova Zelândia, onde o extremo sul representa a cabeça, e a cidade de Wellington, a capital neozelandesa, a boca. Rebecca comentou que os maoris acreditam que ao morrer os espíritos humanos se transformam em "Tutumairekurai".
O fotógrafo russo Sergey Gorshkov fez este registro de um urso-pardo na água em Kamchatka. Ele usou uma jaula - que poderia ser facilmente destruída por um desses predadores
Foto: The Grosby Group
"Eu lembro de pedir para um vendedor de uma loja me ajudar a comprar uma caixa para minha câmera para tirar fotos debaixo d'água de ursos. Ele colocou o dedo na têmpora e ficou retorcendo como se dissesse que eu era a pessoa mais louca que ele já conheceu", conta ao jornal britânico Daily Mail
Foto: The Grosby Group
"Por mais de um ano eu planejei fazer da minha ideia realidade. Eu entendo que não haveria apenas dificuldade, mas riscos também"
Foto: The Grosby Group
"Quando você trabalha com predadores, existe um pequeno limite entre a vida e a morte. Você pode encontrar um urso com bastante frequência e não ter problemas, mas um erro é suficiente para levar a resultados fatais"
Foto: The Grosby Group
Um fotógrafo da vida selvagem registrou o momento em que foi atacado por uma mamba-negra - mas ele nem notou o fato. Mark Laita trabalha em um projeto chamado "serpentine" em que registra cobras ao redor do planeta para chamar atenção para o risco de algumas espécies desaparecerem. Ele disse que só notou o ataque no dia seguinte, quando estava olhando as imagens
Foto: The Grosby Group
Por sorte, foi uma "mordida seca", sem veneno. Caso contrário, a chance de sobrevivência seria praticamente zero, já que a espécie é uma das mais venenosas conhecidas. A Dendroaspis polylepis vive na África. Veja a seguir, outros casos de fotógrafos que enfrentaram o perigo para registrar imagens de animais e da natureza. O livro com as imagens de Laita será lançado no outono (hemisfério norte)
Foto: The Grosby Group
O fotógrafo Sergey Kotelnikov se assusta quando um leopardo pula no teto de seu veículo, na Namíbia
Foto: Caters News / The Grosby Group
Kotelnikov e seu amigo Sergey Ivanov (que registrou as imagens) pararam seus veículos para tirar fotos da região, quando o predador saltou na frente do primeiro. Felizmente, a fêmea parecia apenas curiosa e não o atacou
Foto: Caters News / The Grosby Group
O francês Joe Bunni encarou o mar gelado (2°C) de Repulse Bay, no Canadá, para registrar este urso polar de 300 kg
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
Bunni afirma que se jogou na água quando o animal estava a cerca de 50
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
O francês queria registrar o animal debaixo da água
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
O francês fez a experiência duas vezes, e nas duas os animais chegaram tão perto a ponto de tocar a câmera com o nariz
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
As imagens renderam a Bunni um dos prêmios do Veolia Wildlife Photographer of the Year 2011, na categoria "comportamento: mamíferos"
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
Alex Wypyszinski parou seu carro para tirar algumas imagens da paisagem do parquet nacional Yellowstone, no Estados Unidos, quando viu um urso perseguindo um bisão - e os dois vinham na direção do americano
Foto: Caters News / The Grosby Group
Segundo Wypyszinski disse que ouviu de repente um galope atrás dele e, quando virou, viu a cena
Foto: Caters News / The Grosby Group
O bisão e o urso ignoraram o fotógrafo e passaram por ele. Wypyszinski não conseguiu registrar o final da perseguição
Foto: Caters News / The Grosby Group
O fotógrafo Chris Weston decidiu registrar o estouro de animais selvagens na África
Foto: Caters News / The Grosby Group
Ele cavou uma vala no lugar onde os animais costumam passar
Foto: Caters News / The Grosby Group
Weston passou sete horas na trincheira esperando o estouro
Foto: Caters News / The Grosby Group
Após as horas de espera, o fotógrafo teve apenas alguns segundos para registrar os animais passarem por cima dele
Foto: Caters News / The Grosby Group
Weston cobriu o buraco com dormentes de ferrovia para se proteger dos animais
Foto: Caters News / The Grosby Group
Fotógrafo registra passagem de zebra
Foto: Caters News / The Grosby Group
O fotógrafo britânico Brit Brian Matthews fotografa de perto o maior e mais perigoso lagarto do planeta
Foto: Caters News / The Grosby Group
O dragão-de-Komodo é forte, mas o perigo está na mordida do animal
Foto: Caters News / The Grosby Group
Sua saliva é cheia de bactérias e outros perigosos micro-organismos que podem matar um animal grande, como uma vaca
Foto: Caters News / The Grosby Group
Imagem de 19 de janeiro deste ano foi feita pelo fotógrafo suíço Franco Banfi no Pantanal brasileiro
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
O suíço registrou de perto jacarés que chegavam a até 3 m de comprimento
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
Jacaré devora vítima no Pantanal brasileiro
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
O fotógrafo diz que quando estava fotografando um animal, notou outros dois atrás dele. Era o momento de sair da água
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
Suíço registrou jacarés de perto no Brasil
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
O fotógrafo russo Igor Gushchin, 52 anos, registra de perto um urso-pardo
Foto: Caters News / The Grosby Group
Diversos fotógrafos vão à reserva natural Kronotsky, na Rússia, para tirar imagens dos animais
Foto: Caters News / The Grosby Group
"Todos nós somos fotógrafos de vida selvagem experientes. Nós aprendemos o comportamento dos ursos e somos guiados por leis rígidas de segurança", diz Gushchin
Foto: Caters News / The Grosby Group
"Contudo, é impossível eliminar o risco ao se chegar tão perto de ursos selvagens", diz o fotógrafo
Foto: Caters News / The Grosby Group
Aliado a isso, a coluna flexível - que, em movimento, funciona como mola - é responsável por impulsionar o corpo, economizando energia
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
O limite máximo do guepardo é em torno de 110km/h
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
Pode-se comparar o felino a um dos carros mais velozes do mundo, o Koenigsegg Agera R, esportivo superleve que vai a 110km/h em 2,9 segundos
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
Segundo o doutor em zoologia e pesquisador da área de mamíferos do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) Fabio Nascimento, a rapidez pode ser atribuída à estrutura do felino
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
Pernas alongadas e corpo esguio contribuem para que seja rápido no ataque a sua presa
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
Ao contrário dos outros fotógrafos que vimos, Claudio Gazzaroli não enfrentou predadores, e sim outro perigo
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
Ele passou horas em águas geladas do vale Maggia, na Suíça, para mostrar o gelo que se forma no local
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
O fotógrafo suíço passou em locais em que o gelo chega a ter 10 m de espessura
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
Gazzaroli e os exploradores que o acompanharam entraram por um pequeno buraco no gelo
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
Contudo, tempestades repentinas podem deixar 30 cm de neve em poucas horas, o que poderia deixar a expedição presa debaixo do gelo
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
Desta vez, o leão cansou de ser fotografado e tentou "roubar" a câmera
Foto: Caters News / The Grosby Group
Perseguido por dias por um fotógrafo e um cinegrafista, o predador revidou e tentou levar a câmera de vídeo, em Botswana
Foto: Caters News / The Grosby Group
No Alasca, Paul Sounders registrou os ursos-pardos na ilha Kodiak
Foto: The Grosby Group
Em alguns momentos, o fotógrafo afirma ter ficado a 1 m dos ursos
Foto: The Grosby Group
Além de enfrentar lagos congelados, o suíço Claudio Gazzaroli foi a Cuba nadar com crocodilos
Foto: Barcroft Media / The Grosby Group
Para conseguir suas imagens, Doubilet não hesita em chegar perto de predadores, como este crocodilo americano de quase 4 m de comprimento fotografado na costa de Cuba
Foto: David Doubilet/ Nat Geo Stock /Caters / BBC Brasil
Mas nem todos animais oferecem perigo, a exemplo desta rã que pulou na máscara do fotógrafo no delta do rio Okavango, Botsuana
Foto: David Doubilet/ Nat Geo Stock /Caters / BBC Brasil
O fotógrafo David Doubilet desafia o perigo mergulhando ao lado de algumas das criaturas mais perigosas e fascinantes do mundo subaquático, como esta raia jamanta fotografada à noite no mar de Kona, no Havaí
Foto: David Doubilet/ Nat Geo Stock /Caters / BBC Brasil
Nesta imagem, uma vespa-do-mar ¿ uma espécie de ¿prima¿ da medusa que vive no Pacífico ¿ captura um camarão com seus tentáculos. A foto foi tirada na Austrália
Foto: David Doubilet/ Nat Geo Stock /Caters / BBC Brasil
Desde 1971, o fotógrafo já fez mais de 60 reportagens deste tipo para a revista National Geographic, para quem faz trabalhos em caráter contínuo. Suas fotos frequentemente aparecem em outras publicações. Aqui, ele registra uma água-viva nas águas da ilha de Gam, Raja Ampat, na Indonésia
Foto: David Doubilet/ Nat Geo Stock /Caters / BBC Brasil
E na Península Antártica, fotografando a vida marinha no gélido extremo da Terra. David Doubilet é autor de sete livros sobre vida aquática
Foto: David Doubilet/ Nat Geo Stock /Caters / BBC Brasil
O fotógrafo, de 64 anos, diz que quer oferecer a seus espectadores um pouco das belezas e estranhezas do ambiente submarino. Nesta imagem, ele registra um tubarão-baleia no mar do Estado da Baja Califórnia, México
Foto: David Doubilet/ Nat Geo Stock /Caters / BBC Brasil
¿ ou este golfinho que atraiu a atenção dos banhistas no resort de Monkey Mia, na costa noroeste da Austrália Ocidental
Foto: David Doubilet/ Nat Geo Stock /Caters / BBC Brasil
Nesta foto, Doubilet capturou o momento exato em que um aborígine Bardi perfura uma arraia com uma lança em Hunter Creek, no noroeste Austrália
Foto: David Doubilet/ Nat Geo Stock /Caters / BBC Brasil
Aqui, ele aparece ao lado de uma espécie de garoupa em risco de extinção na barreira de corais da Austrália
Foto: David Doubilet/ Nat Geo Stock /Caters / BBC Brasil