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Clima e energia serão discutidos no maior fórum científico mundial

15 fev 2012 - 11h03
(atualizado às 11h36)
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A próxima revolução agrícola, as consequências do aquecimento global nos oceanos e a pesquisa sobre o autismo: todos estes temas serão abordados a partir desta quinta-feira em Vancouver (costa oeste do Canadá), durante o maior fórum científico mundial, que reunirá milhares de pesquisadores. Cerca de 8 mil participantes de 60 países são esperados na edição de 2012 da conferência anual da Associação Americana para a Promoção da Ciência (AAAS), que acontecerá entre os dias 16 e 20 de fevereiro.

A principal missão da AAAS, que publica a prestigiosa revista Science, é sensibilizar o público, os líderes políticos e os pesquisadores sobre as grandes questões científicas e da sociedade. O tema central da conferência deste ano é "o desenvolvimento de uma sociedade humana global fundada no saber em um mundo cada vez mais aberto", explica a presidente da AAAS, Nina Fedoroff, uma geneticista e bióloga molecular de ponta, professora na Universidade da Pensilvânia (Estados Unidos).

O fórum vai se concentrar "em vários desafios complexos e intimamente ligados à produção alimentar, fontes de energia e água, além de potenciais soluções através da cooperação internacional", informou em um comunicado. Aproximadamente 150 simpósios em todas as áreas científicas - da astronomia até as matemáticas, passando pela medicina, ciência do clima, pesquisa de novas fontes de energia -, estão programas para o colóquio, o primeiro da AAAS no Canadá.

A maioria das conferências anuais desta associação, criada em 1848, aconteceu nos Estados Unidos. Várias sessões serão consagradas à Vancouver, cidade costeira, ao impacto do aquecimento global sobre o ecossistema oceânico do planeta e aos meios de proteger as espécies animais marinhas recorrendo aos satélites e a criação de áreas protegidas.

As apresentações vão discutir a controversa técnica na América do Norte de fraturamento hidráulico para quebrar pedras e explorar campos de gás natural ou petróleo, até o momento de difícil acesso, e gás de xisto. Outro simpósio estará focado nas pesquisas para aumentar significativamente o potencial de fotossíntese das plantas com folhas artificiais, o que poderá aumentar o rendimento das produções agrícolas e de biocombustíveis.

Os pesquisadores também devem apresentar trabalhos sobre os riscos no sistema alimentar global com as mudanças climáticas, o que contribuiu, em alguns países, no aumento da escassez de alimentos e a elevação dos preços, uma situação agravada pela proibição de exportação de alimentos a partir de culturas transgênicas. Outras pesquisas voltadas para a produção de carne em laboratório, sem animais, para atender uma duplicação do consumo no mundo até 2050 e reduzir o impacto da pecuária sobre o meio ambiente, serão apresentadas. Esta atividade já responde por 18% das emissões totais de gases do efeito estufa produzidos pelo homem.

Na medicina, vão ter destaque trabalhos sobre como a interação de fatores genéticos e ambientais podem contribuir para o autismo. Quanto à obesidade, os pesquisadores do National Institutes of Health (NIH) vão apresentar um modelo matemático para prever com precisão o quanto de peso uma pessoa pode ganhar ou perder, tendo em conta o consumo diário de alimentos e o nível de atividade física.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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