Pesquisadores descobrem que dinossauro alado tinha penas pretas
Pesquisadores descobrem que dinossauro alado tinha penas pretas
24 jan2012 - 19h29
(atualizado às 19h30)
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Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada pela Brown University, dos Estados Unidos, descobriu que as penas do dinossauro alado Archaeopteryx eram pretas. A pesquisa, publicada na Nature Communications, é um importante passo para compreender como se deu a evolução dos répteis para as aves.
Os estudiosos descobriram a cor da pena após identificarem a presença de melanossomos, uma estrutura celular responsável pela produção de pigmentos e que garante maior sustentação estrutural à pena. De acordo com o estudo, isso mostra uma formação muito semelhante a das penas das aves vivas, confirmando que esse tipo de asas já existe há pelo menos 150 milhões de anos.
A pena de Archaeopteryx foi descoberta em um depósito de calcário na Alemanha em 1861. Os traços que fazem da espécie um intermediário evolutivo entre dinossauros e aves, segundo os cientistas, são a combinação de características de répteis - como dentes, dedos com garras e uma cauda óssea - e das aves, como asas com penas.
"Não podemos dizer que isso é prova de que o Archaeopteryx era um voador. O que podemos afirmar é que nas penas das aves modernas, esses melanossomos garantem força e resistência adicionais para o voo, que é o motivo pelo qual as penas e suas pontas são as áreas mais comumente pigmentadas", disse o pesquisador Ryan Carney.
O dinossauro foi descoberto em 2004, mas foi classificado somente agora
Foto: Gabriel de Mello/Ulbra / Divulgação
Paleontólogos de quatro universidades brasileiras - Ulbra, Ufrgs, USP e UFMG - trabalharam no estudo
Foto: Gabriel de Mello/Ulbra / Divulgação
Os cientistas nomearam o dinossauro como Pampadromaeus barberenai
Foto: Sergio Cabreira e Lucio Roberto da Silva/Ulbra / Divulgação
O primeiro nome faz referência ao pampa - a típica paisagem de campo gaúcha - e a palavra grega para corredor (dromaeus)
Foto: Sergio Cabreira e Lucio Roberto da Silva/Ulbra / Divulgação
Já o segundo nome homenageia pesquisador e paleontólogo brasileiro Mario Costa Barberena, um dos fundadores do Programa de Pós-graduação em Paleontologia do Instituto de Geociências da Ufrgs
Foto: Gabriel de Mello/Ulbra / Divulgação
O fóssil descoberto tem 228 milhões de anos
Foto: Gabriel de Mello/Ulbra / Divulgação
É um dos mais antigos representantes da linhagem dos sauropodomorfos, no qual se destacavam dinossauros de pescoço longo geralmente herbívoros e grandes - como os titanossauros, muito diferentes da espécie descoberta
Foto: Gabriel de Mello/Ulbra / Divulgação
O dinossauro gaúcho, apesar de pertencer ao grupo, tinha apenas 1,2 m e era onívoro (comeria pequenos animais, inclusive insetos, e vegetais)
Foto: Gabriel de Mello/Ulbra / Divulgação
O fóssil foi descoberto em Agudo (RS)
Foto: Gabriel de Mello/Ulbra / Divulgação
O animal tinha muitas características do grupo dos terópodos - famosos carnívoros como Tyrannosaurus rex e Velociraptor mongoliensis -, em especial ser bípede
Foto: Gabriel de Mello/Ulbra / Divulgação
Apesar disso, os grandes predadores terópodos existiram apenas 75 milhões atrás, muito depois do corredor dos pampas
Foto: Gabriel de Mello/Ulbra / Divulgação
A descoberta indicaria que os primeiros sauropodomorfos e terópodos eram muito semelhantes, mas acabaram gerando dinossauros bem diferentes
Foto: Gabriel de Mello/Ulbra / Divulgação
Enquanto os sauropodomorfos levaram ao surgimento dos saurópodos (herbívoros), enquanto os terópodos continuaram com "monstros" como os tiranossauros
Foto: Gabriel de Mello/Ulbra / Divulgação
O estudo incluiu radiografias e tomografias computadorizadas e indicou que ele tinha ossos pneumatizados - mais leves e que permitem acelerações e frenagens mais rápidas -, comuns em dinossauros bípedes e em aves
Foto: Gabriel de Mello/Ulbra / Divulgação
Os cientistas classificaram o animal como bípede, corredor e totalmente endotérmico (de sangue quente, ao contrário dos répteis modernos)
Foto: Sergio Cabreira e Lucio Roberto da Silva/Ulbra / Divulgação