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Mesmo com sinal, confirmação de bóson de Higgs pode levar anos

13 dez 2011 - 14h27
(atualizado às 14h46)
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Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira em Genebra, na Suíça, cientistas que encontraram novos indícios da chamada "partícula de Deus" no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) foram ponderados ao falar sobre a pesquisa. "É uma primeira evidência", disse Fabiola Gianotti, porta-voz do Atlas, ums dos detectores do LHC.

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De acordo com ela, novas informações sobre a pesquisa devem ser anunciadas em breve, mas a descoberta definitiva da partícula pode levar anos. "Ainda temos um longo caminho pela frente", afirmou.

Os cientistas anunciaram hoje que dois experimentos no colisor conseguiram encontrar sinais que podem ser do bóson de Higgs. No entanto, os pesquisadores ainda não têm dados suficientes que poderiam comprovar a descoberta. "Estamos no começo, muita coisa ainda precisa ser feita, mas isso motiva as centenas de pessoas que trabalham neste projeto", disse Guido Tonelli, porta-voz do CMS, outro detector do LHC.

Para os cientistas, encontrar o bóson de Higgs é fundamental para a compreensão do universo. Os dois experimentos separados no Grande Colisor de Hádrons - Atlas e CMS - procuravam separadamente pela partícula e descobriram evidências dela em forma de "pequenos picos" nos gráficos.

Colisor

O Grande Colisor de Hádrons fica em um túnel circular de 27 km de comprimento na fronteira entre a França e a Suíça, repleto de ímãs que conduzem partículas de prótons pelo imenso anel. Em certos pontos do trajeto, o colisor faz com que os feixes de prótons se choquem uns com os outros a uma velocidade próxima à velocidade da luz, para que seja possível detectar outras novas partículas nos resultados da colisão.

Segundo os cientistas, quando o universo esfriou após o Big Bang, uma força invisível conhecida como o campo de Higgs teria se formado juntamente com o bóson de Higgs. É este campo que dá massa às partículas fundamentais que formam os átomos. Sem ele, estas partículas passariam pelo cosmos na velocidade da luz e não conseguiriam se aglutinar.

Segundo a BBC, o modo como o campo de Higgs trabalha foi associado ao modo como fotógrafos e repórteres se reúnem ao redor de uma pessoa famosa. O grupo de pessoas é "atraído" fortemente pela celebridade e cria resistência ao seu movimento em um salão, por exemplo. Dessa maneira, o grupo dá "massa" àquela celebridade, tornando sua movimentação mais lenta.

"A questão do bóson de Higgs é que sempre dizemos que precisamos dele para explicar a massa, mas sua importância real é que precisamos dele para entender o universo", disse à BBC Tara Shears, física especializada em partículas, da Universidade de Liverpool. "Descobrir a partícula confirma que a abordagem que estamos usando para entender o universo está correta".

Cern divulgou representação de sinal da existência do bóson de Higgs
Cern divulgou representação de sinal da existência do bóson de Higgs
Foto: AFP
Fonte: Terra
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