Estudo diz como pica-pau evita danos cerebrais ao bicar árvore
Jason Palmer
27 out2011 - 15h51
(atualizado às 16h35)
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Estudos usando imagens em câmera lenta, exames de raio-X e simulação por computador revelaram como o pica-pau consegue evitar danos ao seu cérebro quando martela troncos com seu bico. A cabeça do pássaro se move a velocidades em torno de 6 m/s. A cada martelada, seu bico sofre uma desaceleração que equivale a mais de mil vezes a força da gravidade.
Porém, em artigo publicado na revista científica Plos One, especialistas dizem que diferenças nos comprimentos das partes superior e inferior do bico do animal e estruturas ósseas esponjosas protegem seu cérebro. A descoberta pode ser útil no desenvolvimento de equipamentos protetores para a cabeça de humanos, entre outros usos.
Cérebro mais longo
O pica-pau tende a construir seu ninho em troncos ocos de árvores. Para se alimentar, bica o tronco com força, perfurando a casca para encontrar insetos que captura com sua língua. Durante anos, cientistas vêm examinando a anatomia do crânio dos pica-paus para descobrir como conseguem dar suas poderosas bicadas sem se machucarem.
Essas aves não possuem muito espaço entre seu cérebro e o crânio, o que impede o cérebro de se deslocar dentro do crânio, como ocorre com humanos. Além disso, seus cérebros são mais longos verticalmente do que horizontalmente, o que significa que a força exercida contra o crânio é distribuída por uma área maior do cérebro.
A equipe responsável pelo estudo, da Universidade Politécnica de Hong Kong, também estudou o osso hióide do pica-pau. Esse osso, que em humanos forma o pomo de adão, é extremamente desenvolvido nesses pássaros. Começando na parte debaixo do bico do animal, ele passa por dentro das narinas, segue por baixo do crânio, sobe até o topo, contornando a cabeça, e desce até a testa, formando uma espécie de círculo.
Batendo Cabeça
Em entrevista à BBC, o especialista Ming Zhang, co-autor do estudo, disse que a equipe queria entender esse processo em números. "A maioria dos estudos prévios se limitava a respostas qualitativas para essa questão, mas para resolver esse problema interessante são necessários mais estudos quantitativos", disse.
Para o pesquisador, a compreensão do biomecanismo usado pelo pica-pau seria útil no "desenho de artefatos de proteção humana e até em desenho industrial". Primeiro, a equipe observou os pica-paus em ambientes controlados. Duas câmeras captaram, em câmera lenta, imagens dos animais bicando um sensor que media a força da bicada.
Eles descobriram que os pássaros viram ligeiramente a cabeça quando bicam, o que influencia a forma como as forças são transmitidas.
Tomografia
A equipe também fez tomografias computadorizadas e análises dos crânios de pica-paus usando microsópios eletrônicos de varredura para determinar como as partes se encaixam e onde ocorre variação na densidade óssea.
Munidos dessas informações, os cientistas foram capazes de usar simulação por computador para calcular as forças afetando todo o crânio do pássaro enquanto ele bicava. Eles concluíram que três fatores se combinam para proteger o pássaro.
Primeiro, a estrutura circular do osso hióide, contornando todo o crânio, age como um cinto de segurança, especialmente após o impacto inicial. A equipe constatou que os comprimentos das partes superior e inferior do bico do pica-pau são diferentes. Quando a força é transmitida da ponta do bico para dentro do osso, essa assimetria diminui a carga de força que chega até o cérebro.
Finalmente, ossos em forma de placa, com uma estrutura esponjosa em pontos diferentes do crânio, ajudam a distribuir a força, protegendo o cérebro.
Uma família russa decidiu adotar um lince como animal de estimação. Eles afirmam que sempre foi um sonho ter um animal da espécie em casa
Foto: The Grosby Group
O felino Zen, hoje com 4 anos, vive com Pavel Nikulochkin, sua mulher Svetlana e a filha Sofia na cidade de Kaluga
Foto: The Grosby Group
O animal foi abandonado pela mãe na natureza e acabou na casa da família Nikulochkin. Como foi alimentado por Sofia, ele acabou por se apegar mais a ela
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Segundo os pais, a família sempre sonhou em ter um lince. Pavel diz que falou com treinadores de animais, tratadores e outras pessoas para se preparar para cuidar do animal. Entre as mudanças, eles tiveram que deixar o apartamento onde moravam e comprar uma casa. Foi então que acharam Zen, quando ele foi abandonado ainda filhote
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Curiosamente, o russo diz que eles tinham gatos em casa quando Zen chegou. Hoje, mesmo bem maior que os outros animais, ele ainda obedece a eles como se fosse filhote. "Zen é como se fosse o meu melhor amigo. Nós podemos brincar o tempo todo e ele nunca parece cansado", diz Sofia. Veja a seguir mais casos de laços entre pessoas e animais
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O tigre Shosho tem 250 kg, mas se sente à vontade com Ashley Gombert
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O tratador trabalha no parque Seaview, em Port Elizabeth, na África do Sul
Foto: The Grosby Group
O enorme predador gosta de receber os mimos do tratador
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A amizade é velha e Gombert até leva Shosho para mergulhar em um lago próximo. Veja a seguir outros casos de animais que se dão bem com o ser humano
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Algumas pessoas têm gatos, outras cães e de vez em quando aparecem cobras e até aranhas. O animal de estimação de Goosey Fernandez é um tigre
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Não é fácil alimentar um tigre de 145 kg
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O felino se dá muito bem com os cães da família
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Panjo está com a família Fernandez desde que era um filhote de três semanas
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A australiana Vicki Lowing - aqui ao lado do filho Johnie - não deixa seu animal de estimação por motivo algum. Ela até se separou depois que o então marido não aceitava mais a presença do crocodilo na casa
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A mulher de 52 anos trata o crocodilo Johnie como uma criança
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O animal foi deixado na porta da casa deles em 1996. Ele estava abaixo do peso e doente, mas hoje vive uma vida de luxo com a australiana
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E que tal um animal que não é conhecido pela ferocidade, mas sim pelo cheiro? Um gambá
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Hannah Haywood, 23 anos, leva seu gambá Einstein para um passeio
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Hannah, que trabalha em um santuário de animais, afirma que o gambá se comporta e é cheiroso - nunca solta a substância fedorenta característica da espécie
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O britânico Iain Newby e sua família acabaram com uma ema - um parente do avestruz
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O animal está com a família desde filhote e se dá bem com os outros bichos da casa
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Newby trabalha resgatando animais
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John 'Tigerman' Wagenaar trabalha amansando tigres na África do Sul
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Wagenaar cuida de 20 tigres em uma reserva africana
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Os animais ficam tão familiarizados com ele que podem dormir usando o tratador como travesseiro
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San-Mare Pretorius dá banho na hiena Odi em Sun City, África do Sul
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O comportamento de Odi não lembra a fama de agressivas das hienas
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San-Mare e o namorado Marcel Tournier resgataram o animal ainda filhote após ele ser abandonado pela mãe
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Segundo o casal, a hiena as vezes se mostra agressivas com outros humanos, mas nunca com eles
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A família Hewitt ficou conhecida em Morley, no Reino Unido, pelo resgate de animais
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O resultado é um conjunto de animais de estimação nada comum
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A família tem mais de 80 animais de 35 espécies diferentes
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Um javali que vive em uma ilha paradisíaca das Bahamas teve sua rotina alterada com a chegada do casal de milionários Luke Abbott e Mona Wiethuchter
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Babe, como é chamado, tem 12 anos e tem uma vida de luxo com os outros dois habitantes da ilha
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Segundo Abbott, ele começou a alimentar o animal assim que ele nasceu. Desde então, o javali, que vive na vegetação da ilha, vai todos os dias receber comida e brincar com o casal na praia
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Os dois adotaram o javali e passaram a tratá-lo como um animal doméstico e incentivando hábitos nada saudáveis para ele como tomar cerveja
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O javali também é levado para passear e para se divertir na água, ganhando sessões de limpeza ao fim do dia
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O britânico Steve Edgington adotou uma raposa
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Miss Snooks, como o animal é chamado, foi abandonada pela mãe há sete anos. Desde então vive com a família Edgington
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Este suricato, animal típico da África, foi adotado por uma família britânica
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Sally Bent cuida do seu cão Poppy e o suricato Timon
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Sally e o marido John adoram ter animais incomuns em casa. Além do suricato, o casal adotou dois gambás, coatis e guaxinins
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A capivara Caplin Rous foi adotada pela Americana Melanie, no Texas
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Patty Perry dá uma vida de luxo ao serval, felino típico da África, Sabi
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Todos os domingos de tarde, um pescador e seu crocodilo faziam um espetáculo para turistas e pessoas que atravessam a Costa Rica para comprovar se a destreza deste "Tarzán Tico" (nome artístico de Chito) era real ou um truque
Foto: EFE
Pocho comia entre seis e oito frangos, e alguns peixes, três vezes por semana
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Em 20 anos ao lado do novo membro da "família", o pescador Chito nunca foi ferido pelo crocodilo, que não tem a mesma atitude amistosa com o resto das pessoas
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Pocho tinha quase 5 m de comprimento, 445 kg de peso e mais de 70 dentes, e era o animal de estimação de Gilberto Shedden, um pescador costarriquenho que ficou famoso por conseguir domesticar este enorme crocodilo
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Com um enorme sorriso no rosto, o pescador, mais conhecido como Chito, nadava tranquilamente ao lado de Pocho na Costa Rica
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Chito não apenas nadava com o crocodilo, mas também o ensinou a fazer diversos truques
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A relação entre homem e crocodilo é próxima e única no mundo e é a razão pela qual dezenas de cientistas, especialistas em comportamento animal e jornalistas, visitam o lar de Chito
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Segundo o pescador, ele achou o crocodilo há cerca de 20 anos, quando o animal estava à beira da morte
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O crocodilo tinha levado um tiro na cabeça disparado por fazendeiros
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Após 10 anos juntos, o crocodilo começou a brincar com o dono. Infelizmente, Pocho morreu em 2011