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Estudo diz que planeta-anão é 'gêmeo' de Plutão

26 out 2011 - 15h27
(atualizado às 16h02)
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Cientistas anunciaram nesta quarta-feira que um planeta-anão, localizado nas profundezas do espaço, e que provocou uma das maiores controvérsias da astronomia moderna, parece ser um "gêmeo" mais frio de Plutão. O grupo internacional de astrônomos descobriu ainda que o tamanho do planeta-anão Eris é menor do que se pensava, com dimensões inferiores a de Plutão, na pesquisa publicada pela revista Nature.

Astronomia de A a Z: saiba a diferença entre planeta-anão e planeta

O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), uma das mais importantes instituições de pesquisa científica do planeta, escolheu as 100 melhores fotos que já produziu. Além de imagens do espaço, o ESO também selecionou imagens de suas impressionantes instalações e concepções artísticas de descobertas astronômicas. Por motivos estéticos, não começamos pelo número 100, e sim pelo 99, que mostra o brilho da Nebulosa da Lagoa. Confira todas as imagens
O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), uma das mais importantes instituições de pesquisa científica do planeta, escolheu as 100 melhores fotos que já produziu. Além de imagens do espaço, o ESO também selecionou imagens de suas impressionantes instalações e concepções artísticas de descobertas astronômicas. Por motivos estéticos, não começamos pelo número 100, e sim pelo 99, que mostra o brilho da Nebulosa da Lagoa. Confira todas as imagens
Foto: ESO/IDA/Danish 1.5 m/ R. Gendler, U.G. Jørgensen, K. Harpsøe / Divulgação

Atmosfera

A superfície de Eris é anormalmente brilhante, o que sugere que tem uma cobertura gelada, que de alguma forma é refrigerada. Se fosse permanentemente assim, a superfície seria escurecida por raios cósmicos e impactos de micrometeoritos ao longo do tempo.

A teoria é a de que Eris tem uma atmosfera rica em metano que, nas profundezas do espaço, congela até a superfície, mas de tempos em tempos revive e depois volta a se congelar.

Quando o planeta-anão alcança a parte mais próxima de sua órbita elíptica em torno do sol - "meras" 30 unidades astronômicas (UAs) ou 30 vezes a distância entre a Terra e o Sol - sua superfície congelada se aquece o suficiente para ficar gasosa e criar uma atmosfera tênue, porém temporária.

Segundo este cenário, quando volta a se afastar do Sol, a atmosfera novamente congela, "aderindo" à superfície. "Neste caso, Eris seria um gêmeo adormecido de Plutão, com uma superfície gelada e brilhante, criada por uma atmosfera em colapso", sugeriu o estudo, chefiado por Bruno Sicardy, da Universidade Pierre e Marie Curie e do Observatório de Paris.

Eris tem um satélite, Disnomia, nome da filha da deusa, que em grego significa desordem. Mãe e filha levam meio milênio - precisamente 557 anos - para dar a volta ao Sol. Plutão e suas luas completam a jornada em 248 anos.

Tamanho

José Luis Ortiz, do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC, na sigla em espanhol), um dos centros espanhóis que participaram da pesquisa, detalhou nesta quarta-feira que os novos dados surpreendem ao reduzir o raio estimado de Eris em cerca de 1,163 mil km.

Este número está muito abaixo dos cálculos anteriores que o situavam entre 1,2 mil e 1,4 mil quilômetros e que o transformaram no maior objeto do Cinturão de Kuiper, uma região transnetuniana povoada por corpos rochosos e gelados.

Agora parece que Plutão, com um raio de entre 1,15 mil e 1,2 mil quilômetros, poderia recuperar o posto como o maior objeto desta região, segundo o CSIC. "No entanto, isto é difícil de precisar, já que Plutão tem uma atmosfera que interfere nas medidas do diâmetro", especificou Ortiz.

Eris X Plutão

Eris foi descoberto em 2005 e os primeiros cálculos diziam que seu tamanho superava o de Plutão, o que contribuiu para que a União Astronômica Internacional deixasse de considerar este último como planeta.

Embora de início tenha se falado de um décimo planeta, finalmente se redefiniu o conceito que não incluía nem Eris nem Plutão, já que a União Astronômica decidiu que ambos passariam a integrar uma nova categoria de objetos, os planetas anões, reduzindo o número de planetas do sistema solar para oito.

O estudo também determina que o albedo de Eris (a fração de luz refletida em relação da que incide) é pelo menos de 90%, o que o transforma em um dos objetos mais brilhantes do Sistema Solar, já que apenas algumas luas de Saturno refletem uma porcentagem maior.

Sua massa e densidade, maiores que as de Plutão, sugerem que se trata de um corpo pouco rochoso e coberto por uma camada de gelo. Os resultados essenciais do trabalho foram obtidos a partir de dois telescópios no observatório de San Pedro de Atacama e La Silla, ambos no Chile.

Atualmente existem poucos planetas-anões aceitos como tais - Ceres, Eris, Plutão, Makemake e Haumea -, mas vários deles ainda estão sendo classificados. Além disso, a previsão é que, no futuro, sejam descobertos outros, chegando talvez a centenas, segundo Ortiz.

Com informações da EFE e da AFP.

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