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Pesquisadores descobrem oficina de pinturas pré-históricas

13 out 2011 - 20h48
(atualizado às 21h07)
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Um grupo de pesquisadores descobriu na África do Sul uma oficina que aparentemente foi utilizada há 100 mil anos por humanos primitivos para fabricar e armazenar ocre, a forma mais antiga de pintura, o que representa um ponto "crítico" na evolução do pensamento humano, segundo estudo publicado nesta quinta-feira na revista Science.

Pesquisadores descobriram na África do Sul o que pode ter sido o mais antigo estúdio artístico do mundo
Pesquisadores descobriram na África do Sul o que pode ter sido o mais antigo estúdio artístico do mundo
Foto: AP

O uso do ocre, que essencialmente era apenas terra colorida, foi bem documentado há 60 mil anos. No entanto, segundo o estudo, os humanos primitivos não só estavam utilizando o ocre muito antes, mas também estavam envolvidos em sua produção e armazenamento em longo prazo. Os pesquisadores, dirigidos por Christopher Henshilwood do Instituto da Evolução Humana na Universidade de Witwatersrand, em Johanesburgo, descobriram em 2008 o que chamaram de "estúdio de arte" na Caverna Blombos na Cidade do Cabo.

Nesta espécie de armazém pré-histórico encontraram ferramentas para martelar, pedras afiadas para fazer pó de ocre e duas conchas de caracol que foram utilizadas para guardar uma mistura vermelha rica em ocre que foi misturada com osso e carvão. Cada uma das conchas tinha buracos respiratórios, o que sugere que poderiam ter sido recheadas e utilizadas como contêineres de armazenamento.

É impossível dizer ainda para que era utilizado o ocre, mas Henshilwood e seus colegas sugerem que estes homens primitivos poderiam ter pintado seus corpos ou desenhado obras de arte simples com este pigmento. "O ocre pode ter sido aplicado com intenção simbólica para decorar os corpos e as roupas durante a Idade da Pedra Intermediária", comentou Henshilwood.

Suas novas descobertas demonstram que os primeiros humanos na África já tinham um conhecimento elementar da química e a habilidade de combinar e armazenar substâncias, o que representa um ponto "crítico" na evolução do pensamento humano. "Estes descobrimentos representam um importante marco na evolução da complexa cognição humana (processo mental) que mostra que os humanos tinham a habilidade conceitual de combinar e armazenar substâncias que fossem possivelmente utilizadas para melhorar suas práticas sociais", apontou.

A recuperação destes restos "fornece evidências de tecnologia adiantada e o desenvolvimento de comportamentos associados com humanos e que documentam seu planejamento".

EFE   
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