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Toda a água da terra pode ter vindo do espaço, diz estudo

5 out 2011 - 17h15
(atualizado às 17h57)
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Uma boa proporção de água dos oceanos pode ter se originado dos cometas e asteroides, mais do que era estimado até agora, talvez até toda a água, segundo um grupo de cientistas que estudou um desses corpos celestes. Essa conclusão foi alcançada por uma equipe internacional de especialistas coordenado por Paul Hartogh, do Instituto Max-Planck para Estudos do Sistema Solar, da Alemanha, após detectar pela primeira vez em um cometa água com uma composição similar à dos oceanos terrestres.

Sua pesquisa, publicada nesta quarta-feira na revista britânica Nature, pôde ser realizada graças aos instrumentos do Observatório Espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia. Os cientistas descobriram que a água dos oceanos terrestres tem a mesma composição que o gelo encontrado em um cometa identificado como 103P/Hartley 2, da família de Júpiter (corpos que orbitam o planeta gigante), cuja origem estaria na nuvem de Oort - fora do Sistema Solar.

Para chegar a esta conclusão, Hartogh e seus companheiros determinaram a proporção de deutério - também chamado de hidrogênio pesado - e hidrogênio comum (D/H) - na água do 103P/Hartley 2. Outros seis cometas, analisados nos últimos anos com o mesmo Instrumento Heterodino para Infravermelho Distante de Herschel (HIFI), deram valores muito diferentes do D/H existente em nossos oceanos, mas não diminui o entusiasmo dos cientistas, já que na época da formação do Sistema Solar os cometas do tipo de Hartley 2 seriam bem mais comuns.

As análises sobre a origem dos oceanos foram motivo de debate já que várias pesquisas apontavam que procedeu principalmente do impacto dos asteróides com a Terra. Hartogh explica que, no seu período de formação, a Terra era muito seca e por isso a água existente nesse momento evaporou no espaço.

Segundo os cientistas, a água deve ter surgido 8 milhões de anos depois da formação do planeta, por isso a possível origem da água foram os cometas e os asteróides. É possível estabelecer de onde procedeu a água analisando a composição isotópica, especialmente a proporção de deutério (D/H), assinalou o cientista.

EFE   
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