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Desertificação avança no mundo, alerta secretário-geral da ONU

20 set 2011 - 17h04
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"A desertificação ganha terreno no mundo, mas não é uma fatalidade e muito depende da política adotada pelos governos", afirmou nesta terça-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, em reunião durante a Assembleia Geral Anual das Nações Unidas.

Cerca de 40% das terras do mundo são áridas ou semi-áridas e dois bilhões de pessoas dependem destes solos para a sua subsistência. "Por que permitirmos a deterioração destas terras áridas?", questionou o secretário-geral da ONU em seu discurso nesta reunião de alto nível, realizada em Nova York. "Tomemos hoje a iniciativa de reverter a tendência. Contrariamente a uma percepção muito disseminada, nem todas as terras áridas são estéreis", afirmou Ban Ki-Moon.

A cada ano são perdidos 12 milhões de hectares de terras produtivas, segundo a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (CNUCD). "A cada minuto são perdidos 23 hectares de terras produtivas por causa da degradação", uma superfície que daria para produzir 20 milhões de toneladas de cereais, compara a CNUD.

Em seu discurso, Ban Ki-Moon apresentou certos casos bem-sucedidos, entre eles a restauração de antigos terraços nos Andes do Peru ou a plantação de árvores para conter o avanço das dunas do Saara. "Há exemplos em todos os continentes de governos que revertem a tendência à desertificação e melhoram a produtividade das terras", destacou.

O presidente da Assembleia Geral da ONU, o catariota Nassir Abdulaziz Al-Nasser, insistiu no fato de que a desertificação traz à tona a questão da segurança alimentar, como mostra a fome que afeta atualmente o leste da África. "O custo humano e econômico da desertificação é enorme", advertiu.

Segundo a ONU, a questão da desertificação abarca o desaparecimento de terras onde as populações tinham a capacidade de plantar ou criar gado e que se tornaram áreas áridas onde vivem 2,3 bilhões de pessoas de quase 100 países.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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