Brasileira descobre nova espécie de líquen e alerta para extinção
13 set2011 - 10h09
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Uma nova espécie de líquen - resultante de simbiose entre um micobionte (fungo) e um fotobionte (algas verdes ou cianobactérias) - foi encontrada no litoral paulista por Patrícia Jungbluth, pesquisadora do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). As informações são da agência Fapesp.
Trata-se do fungo Pyxine jolyana, descrito na revista Mycotaxon. O nome é uma homenagem ao professor Carlos Alfredo Joly, da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) e coordenador do Programa BIOTA-FAPESP, de quem Jungbluth foi aluna durante a graduação na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Ela conta que a identificação da espécie em três municípios de São Paulo (Peruíbe, Ubatuba e São Luís do Paraitinga) ocorreu durante seu doutorado no Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, sob a orientação do professor Marcelo Marcelli, coautor da descoberta.
Sua pesquisa integrou o projeto "Biota Gradiente Funcional", coordenado por Joly. De acordo com Jungbluth, uma das principais características da Pyxine jolyana é a presença de ácido norstíctico, substância química rara em espécies desse gênero na América do Sul e encontrada no talo do líquen.
Até então, a pesquisadora conta que apenas uma espécie contendo o ácido, a Pyxine retirugella Nylander, havia sido encontrada no Brasil, em 1890, pelo liquenólogo finlandês Edvard August Vainio. Essa espécie foi identificada pela primeira vez em 1859 nas Ilhas Marquesas (Polinésia) pelo botânico finlandês Wilhelm Nylander.
"Creio que a descoberta da Pyxine jolyana é importante porque sabemos muito pouco sobre os liquens existentes nos ecossistemas brasileiros. Em nossos cursos de graduação em biologia, eles são pouco mencionados e raramente estudados em aulas práticas", disse Jungbluth.
Segundo ela, os liquens são usados e até mesmo exportados como adornos junto a musgos em arranjos florais. A cientista alerta que esse fato pode levar algumas espécies ainda desconhecidas à extinção, pois a micota liquênica cresce de forma lenta, na ordem de milímetros ao ano.
"Os liquens também são utilizados para a fixação do aroma em perfumes e, devido à produção de substâncias antibióticas e anticancerígenas, são empregados na área de biotecnologia e farmacologia. Além disso, são úteis como bioindicadores da qualidade do ar, mas essa parte também é pouco estudada no Brasil", ressaltou.
Já foram descritas cerca de 60 espécies do gênero Pyxine em todo o mundo, sendo mais de 30 encontradas no Brasil. "O desconhecimento e a falta de interesse em liquenologia no país, e provavelmente na América Latina, é relativamente grande. Os liquenólogos brasileiros descobrem novas espécies a cada ano, mas há poucos especialistas para a quantidade de liquens a serem estudados", disse Jungbluth.
O americano é fotógrafo da National Geographic Society há 20 anos, e planeja registrar imagens de espécies em extinção em todo o mundo. Na foto, uma víbora-de-pestana.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Satore reuniu algumas das imagens no livro "Rare - America´s Endangered Species" (Raros - As espécies ameaçadas da América). Na foto acima, uma tartaruga-do-pântano.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Outras espécies foram difíceis de ser fotografadas porque eram muito rápidas e algumas eram tão raras que só puderam ser levadas para o estúdio com autorização do governo americano. Na imagem, uma salamandra-tigre da Califórnia.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
"As pessoas não vão tentar salvar os animais se não souberem que eles existem", diz Satore, que tem 49 anos. Na foto, uma raposa da Ilha de Santa Catalina, na Califórnia.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Segundo ele, fotografar os animais na natureza seria um desserviço a eles, já que alguns, como o animal da foto acima, 'Phyllobates terribilis', são tão pequenos que não poderiam ser vistos em seu habitat. O 'Phyllobates terribilis' é considerado um dos anfíbios mais venenosos do mundo.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Ele diz que pretende mostrar que há "beleza, graça e valor em animais grandes e pequenos", para encorajar as pessoas a lutar por sua preservação. Na imagem, um lêmure-negro.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Ele diz ainda que precisava esperar um momento em que os animais parassem de se mover para fotografar, já que era difícil manter o foco da câmera neles. Na foto, um jupará, mamífero que também é encontrado na Amazônia.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Segundo ele, alguns animais tiveram que ser fotografados dentro de suas jaulas no zoológico, por serem muito perigosos. Nestes casos, ele pintava o fundo da jaula com a cor desejada para o fundo da imagem. Acima, um hipopótamo.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Para Satore, as fotos de estúdio fazem com que todos os animais tenham o mesmo tamanho proporcional e sejam tratados com a mesma importância. Na foto acima, um furão-de-patas-negras.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
"Fotografar os animais em fundos pretos e brancos significa que cada um deles recebe a mesma consideração", disse o fotógrafo. A imagem mostra a fêmea de um elefante-africano.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Satore fotografou a maior parte dos animais em estúdio, contra fundos brancos ou pretos, para dar mais destaque à aparência impressionante das espécies. Acima, uma cacatua-das-palmeiras.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
O americano Joel Satore fotografou animais ameaçados de extinção em estúdio, como parte de um projeto para aumentar a conscientização sobre a preservação da vida selvagem. Acima, um babuíno de cinco meses de idade, criado em cativeiro.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil