Grandes extinções: veja momentos em que a vida quase acabou
9 set2011 - 10h36
(atualizado às 10h37)
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Angela Joenck Pinto
O ser humano está sempre querendo saber como vai ser o fim dos tempos. Faz profecias, estuda mitos e acredita em falsários que pregam a destruição do planeta sem qualquer constrangimento. Se dependesse deles, o mundo - ou pelo menos a vida nele - já teria acabado incontáveis vezes. Do ponto de vista científico, no entanto, o apocalipse ainda vai demorar. Mas já esteve muito perto de ocorrer, e mais de uma vez, ao longo dos aproximados 4,56 bilhões de anos que a Terra tem.
"A Terra não é um planeta estático, imutável. Em outras palavras, a Terra não É assim. A Terra ESTÁ assim. O nosso planeta sofreu diversas mudanças ao longo desses bilhões de anos de existência, e continuará mudando independentemente da nossa vontade", diz o geólogo e paleontólogo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Cesar Schultz.
É difícil de acreditar, mas a ciência aponta que todos os organismos vivos que habitam a Terra nos dias de hoje estão aqui "por acaso". Cerca de 99% das espécies que já passaram pelo planeta foram dizimadas de alguma forma durante diferentes períodos geológicos.
"O estudo das extinções constitui-se em um dos mais complexos e fascinantes campos da ciência, pois engloba desde aspectos intrinsecamente biológicos, referentes aos processos evolutivos dos organismos, passa pela interação destes organismos com os processos geológicos e chega até a questão da interação da Terra com o Sistema Solar e o universo", explica Schultz.
De acordo com o professor, todos estes fatores, individualmente ou em conjunto, não estão apenas ligados à questão da erradicação de organismos, mas sim ao processo de evolução da vida em nosso planeta. "Tudo o que existe hoje é o resultado deste permanente balanço, entre o surgimento e o desaparecimento de espécies, seja de modo contínuo ou descontínuo", afirma.
"Nesse contexto, tudo o que já aconteceu antes pode acontecer de novo, bem como outros tipos de catástrofes 'inéditas'. Isso faz parte da história do planeta", finaliza Schultz.
A população do lobo mexicano cinzento é tão pequena que o nascimento de 5 filhotes em julho de 2010 foi considerado um "impacto dramático" pelo Centro de Lobos Ameaçados, em St. Louis, nos Estados Unidos. Segundo a instituição, apenas 42 desses animais vivem hoje no seu habitat natural no Novo México e Arizona. A espécie já foi considerada extinta
Foto: Divulgação
O raríssimo Loris delgado das planícies Horton (Loris tardigradus nycticeboides) passou mais de 60 anos tido como extinto. Em 2002, a Sociedade Zoológica de Londres encontrou o primata após mais de 200 horas analisando os rastros do animal no Sri Lanka
Foto: AP
O rato arbóreo de Santa Marta (Santamartamys rufodorsalis) foi "redescoberto" em 4 de maio de 2011, após mais de 100 anos sem ser visto na Colômbia
Foto: EFE
Um tipo de roedor chamado Laonastes, parecido com um esquilo e descoberto em 2005 no Laos, é, na verdade, sobrevivente de uma espécie tida como extinta há 11 milhões de anos (denominada Diatomyidae). Uma equipe de pesquisadores americanos, franceses e chineses comparou o esqueleto deste animal com o de vários espécimes fossilizados de uma raça de roedor do Sudeste Asiático extinta há 11 milhões de anos, confirmando que se trata da mesma família de mamíferos
Foto: AP
A espécie de rã minúscula Litoria castanea, supostamente extinta há três décadas, foi vista no sudeste da Austrália em fevereiro de 2010. O animal tem coloração verde com manchas em tons de dourado
Foto: AP
Pesquisadores da universidade de Idaho, nos Estados Unidos, encontraram em março de 2010 uma espécie de minhoca considerada extinta: a gigante de Palouse
Foto: University of Idaho / Divulgação
Contudo, a descoberta também teve um lado decepcionante, já que eles descobriram que a minhoca, apesar do nome, não é gigante, nem cheira a lírios, conforme se dizia sobre a espécie. Uma das minhocas encontradas teve que ser morta e dissecada para a identificação como sendo da espécie
Foto: University of Idaho / Divulgação
O peixe primitivo Celacanto era tido como extinto juntamente com os dinossauros há 65 milhões de anos. Porém, o curador de um museu sul-africano "redescobriu" o animal em 1938. Existem apenas duas espécies de Celacantos: uma que vive perto das Ilhas Comoros, na África; e uma encontrada nas águas de Sulawesi, na Indonésia. Cientistas sugerem que a população atual do animal esteja em mil remanescentes
Foto: AFP
A subespécie Panthera leo Leo encontra-se extinta na natureza e só pode ser encontrada em zoológicos
Foto: AFP
A subespécie, conhecida como leão do Atlas, foi extinta no século XX, e apenas um pequeno grupo no Zoológico Nacional do Marrocos sobreviveu
Foto: EFE
Dois filhotes de leão do Atlas são apresentados no zoológico de Hannover, na Alemanha
Foto: AFP
A reprodução controlada dos leões do Atlas, também conhecidos como leões berberes ou de Barbary, salvou a subespécie da total extinção e alguns indivíduos foram levados à Europa para aumentar a população
Foto: AFP
O Panthera leo Leo é o maior e mais pesado dos leões
Foto: AFP
Além do tamanho, chama a atenção no macho a juba espessa que cobre uma área maior do corpo se comparado com outras subespécies
Foto: EFE
O pelo do leão do Atlas mais longo chega às pernas da frente e ao abdome