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Invenções: cientista colombiano aplica nanotecnologia em tecidos

2 ago 2011 - 18h23
(atualizado às 18h59)
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O professor colombiano Juan Hinestroza, referência mundial no campo da nanotecnologia, apresentou nesta terça-feira em Nova York alguns materiais nos quais está trabalhando para criar materiais que mudam de cor, tecidos que não mancham e até sistemas para evitar ataques terroristas com agentes químicos.

A vara de pescar automática foi desenvolvida para facilitar a vida dos pescadores
A vara de pescar automática foi desenvolvida para facilitar a vida dos pescadores
Foto: Fabrício Escandiuzzi / Especial para Terra

Hinestroza explicou em entrevista à Agência Efe que trabalha em seu laboratório com materiais "25 mil vezes menores" que o diâmetro de um fio de cabelo, que assim "permite manipulá-los para que se comportem como queira", e desta forma "mudar completamente" a aplicação dos materiais, explicou o cientista da Universidade de Cornell (Nova York).

As possibilidades vão desde tecidos que repelem a água e as manchas até sacos para transportar frutas em navios da América Latina a outros mercados que apanhem os gases responsáveis do amadurecimento dos alimentos para evitar sua decomposição. Hinestroza mencionou também a criação de tecidos que permitam através do contato carregar aparelhos eletrônicos como o celular e o iPod até buscar mecanismos para aliviar sintomas de doenças como artrites e ajudar pessoas alérgicas ao pólen ou outras substâncias.

"A maior inspiração do meu trabalho é a natureza", disse o professor, que explicou que ela nos dá "milhões de anos" de vantagem e por isso estuda e trabalha com diferentes tipos de materiais e corantes naturais do Amazonas para entender como funcionam e como são modificados. É preciso "usar a ciência para mudar a forma de pensar e agregar valor às coisas", disse o cientista de Cornell.

O professor explicou à Agência Efe que sua principal fonte de financiamento vem do Departamento de Defesa dos EUA. "São meus patrocinadores de ouro", disse, ao lembrar que a pesquisa militar foi responsável por coisas hoje comuns, como a tecnologia GPS, os telefones celulares e internet. No entanto, se mostrou a favor de demarcar bem os limites entre a ciência e a indústria militar. "Nosso trabalho é criar ciência e educar as novas gerações de cientistas. São conceitos muito básicos que nós trabalhamos e depois eles desenvolvem seus produtos, aos quais eu não tenho acesso", acrescentou.

Uma das aplicações nas quais trabalha para uso militar é o que o cientista colombiano chama de "camuflagem interativa". A invenção permite que se tire fotos do lugar onde a pessoa se movimenta para que que essas imagens fiquem impressas em sua roupa e, desta forma, torne-a camuflada no ambiente.

O Pentágono também está interessado em encontrar mecanismos de proteção contra agentes químicos e biológicos para evitar ataques terroristas, disse Hinestroza, que lembrou que "qualquer pessoa pode usar um elemento químico e causar um grande dano". Ele assinalou que trabalha para detectar esses materiais antes de serem usados.

EFE   
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