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Novo estudo faz OMS adiar diretrizes para prevenção do HIV

Devido a novo estudo, OMS adia diretrizes para prevenção do HIV

18 jul 2011 - 13h48
(atualizado às 14h29)
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A utilização do tratamento antirretroviral contra a transmissão do HIV é ainda mais eficaz do que o anunciado, segundo os últimos resultados de um estudo divulgado nesta segunda-feira em Roma. A pequena diferença entre os dados apresentados em maio e agora revelam que, quando a pessoa infectada é tratada cedo, as chances de que ela contamine outras pessoas se reduz drasticamente. Em vista dos novos dados, a OMS, que deveria apresentar em Roma as suas recomendações sobre a prevenção e o tratamento dos casais sorodiferentes, adiou a publicação.

Imagem mostra escultura da bactéria E. Coli: os artefatos de vidro são aproximadamente 1 milhão de vezes maior que o tamanho real
Imagem mostra escultura da bactéria E. Coli: os artefatos de vidro são aproximadamente 1 milhão de vezes maior que o tamanho real
Foto: Luke Jerram / Divulgação

O estudo HPTN 052, realizado em nove países, tinha sido apresentado em maio. Ele foi feito com 1.763 casais sorodiferentes (uma pessoa infectada, a outra não) e indicava que se a pessoa infectada fosse tratada mais cedo, haveria uma redução do risco de infecção de 96% na outra (foram 28 pessoas infectadas, sendo 27 delas pessoas tratadas mais tarde). Mas, de fato, segundo as informações divulgadas nesta segunda-feira, 29 pessoas tinham sido infectadas, sendo 28 entre as tratadas mais tarde.

Foi divulgado que o único caso de infecção no casal em que a pessoa infectada foi tratada cedo ocorreu muito provavelmente logo depois da entrada do casal no tratamento, que ainda não tinha reduzido a carga viral. Além disso, iniciar o tratamento mais cedo com pessoas infectadas aumenta o benefício individual, já que as taxas de CD4, células que medem a imunidade, são ainda mais elevadas entre elas do que entre as pessoas tratadas mais tarde. Houve também entre as primeiras uma taxa 41% menor de infecções oportunistas ligadas à infecção por HIV, como a tuberculose, e de mortes.

Após este estudo, a OMS adiou a publicação de suas recomendações no tratamento dos casais sorodiferentes. "Esse dados terão reflexo em nossas recomendações para a prevenção dos casais, e também nos conselhos relativos à utilização estratégica dos ARV para o tratamento e a prevenção do HIV", ressaltou Gottfried Hirnschall, diretor do Departamento HIV/Aids da OMS. Myron Cohen, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, que dirigiu o estudo, se disse "particularmente feliz" que a OMS leve em consideração esses dados para suas recomendações. Os resultados do estudo foram divulgados online nesta segunda-feira no New England Journal of medicine.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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