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Inseto de 2 mm é o animal mais ruidoso da Terra, diz pesquisa

30 jun 2011 - 09h38
(atualizado às 10h09)
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O animal mais barulhento da Terra em proporção ao seu tamanho é um inseto aquático que mede apenas 2 mm e, que para atrair as fêmeas, "canta" com uma potência de até 99,2 decibéis, equivalente ao som de uma orquestra assistida na primeira fileira.

O percevejo aquático produz o som ao esfregar seu pênis contra o abdôme, em processo conhecido como estridulação
O percevejo aquático produz o som ao esfregar seu pênis contra o abdôme, em processo conhecido como estridulação
Foto: EFE

Cientistas do Museu Nacional de História Natural de Paris e da Universidade escocesa de Strathclyde conseguiram gravar e medir pela primeira vez com microfones debaixo da água o som produzido pelo Micronecta scholtzi, um percevejo aquático, ao esfregar seu pênis contra o abdôme, em processo conhecido como estridulação.

"Apesar de que 99% do som se perde ao passar da água para o ar, o canto é tão intenso que uma pessoa que anda pela margem pode de fato ouvir essas pequenas criaturas cantando do fundo do rio", assinala em uma nota o biólogo James Windmill, da Universidade de Strathclyde.

Os animais mais ruidosos da Terra costumam ser os maiores como as baleias azuis e os elefantes, mas, segundo o estudo, se comparar a intensidade do som com o tamanho de seu corpo, os Micronecta scholtzi são os campeões.

A pesquisa, publicada na revista PLoS One, será apresentada neste sábado na conferência anual da Sociedade para a Biologia Experimental realizada entre 1 e 4 de julho em Glasgow (Escócia). Segundo Windmill, é um mistério como estes insetos conseguem fazer tanto barulho, já que só utilizam uma zona de 50 micrómetros - da largura de um cabelo humano - para a estridulação.

Do ponto de vista biológico, o estudo pode contribuir à conservação das espécies, já que registrar os sons dos insetos pode servir para realizar um acompanhamento da biodiversidade, enquanto do ponto de vista da engenharia poderia ser aproveitado pela acústica, disse Windmill.

EFE   
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