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Experimento japonês faz descobertas sobre partícula misteriosa

24 jun 2011 - 17h53
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Cientistas acreditam estar um passo mais perto de entender por que a matéria e não a antimatéria domina o Universo - quantidades iguais de ambos teriam sido desencadeadas pelo Big Bang. Uma equipe internacional de pesquisadores no Japão descobriu que os três tipos de neutrino, uma das partículas básicas da natureza, podem se transformar um no outro, o que poderia ser sua vantagem para o antineutrino.

Detector é formado por 50 mil t de água pura rodeada por mais de 13 mil tubos fotomultiplicadores
Detector é formado por 50 mil t de água pura rodeada por mais de 13 mil tubos fotomultiplicadores
Foto: Kamioka Observatory, ICRR (Institute for Cosmic Ray Research), The University of Tokyo / Divulgação

O experimento foi realizado pelo Super-Kamiokande, um detector de neutrinos localizado 1 km debaixo da terra, em uma mina na cidade de Hida, no Japão. A estrutura cilíndrica tem 42 m de altura e 39,3 m de largura e é formada por 50 mil t de água pura rodeada por mais de 13 mil tubos fotomultiplicadores. O neutrino, ao colidir com os núcleos dos átomos de água emite radiação, e esta é captada pelos fotomultiplicadores(as bolas espalhadas na água na foto acima).

» Veja fotos do Super-Kamiokande

Em 1998 e 2001, os cientistas já haviam descoberto mudanças nas oscilações de neutrinos atmosféricos e aqueles emitidos pelo Sol. Em seu blog no site do jornal britânico The Guardian, o professor de física Jon Butterworth explica que os neutrinos têm três tipos, ou três "sabores". Já sabe-se que esses podem se transformar de duas formas, e o Super-Kamiokande descobriu mais uma forma.

Na natureza, as partículas fundamentais são divididas em três tipos. Existem por exemplo os léptons elétron, múon e tau - esta mesma divisão é utilizada para os neutrinos. As duas formas de transformação anteriormente observadas eram neutrinos de tau se transformarem em neutrinos de múon e vice-versa. Agora, o Super-K trouxe à tona mais uma: neutrinos de múon se transformaram em neutrinos de elétrons, o que indica que todas as transformações são possíveis para essa partícula.

Segundo o Conselho de Ciência e Tecnologia do Reino Unido, é essa capacidade de transformação de um tipo em outro que pode ser a diferença crucial entre o neutrino e o antineutrino e a predominância do primeiro no Universo.

"As pessoas pensam às vezes que as descobertas científicas são como chaves que passam de 'desligado' para 'ligado', mas na verdade elas vão de 'talvez' para 'provavelmente' e 'quase com certeza' conforme você consegue mais dados. Agora estamos em algum lugar entre 'provavelmente' e 'quase com certeza'", diz o professor Dave Wark, do Imperial College London, no site do conselho britânico.

Fonte: Terra
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